Cuito - Trinta e cinco planos de negócios relativos à produção agropecuária serão financiados na província do Bié até Dezembro deste ano, no valor de dois milhões 766 mil 899 dólares, no âmbito do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC).
A informação foi prestada esta quinta-feira, na cidade do Cuito, pelo director do Gabinete da Agricultura e Florestas do Bié, Felisberto Brito Capepula, para quem a iniciativa visa promover o crescimento deste sector e do agronegócio na província.
Disse que desde o início do projecto, em Março de 2022, foram já contemplados 18 jovens, sendo sete em Catabola, igual número no Chinguar e quatro em Camacupa, com financiamento de quatro milhões de kwanzas cada, totalizando Kz 72 milhões.
A fonte afirmou, por outro lado, que o PDAC desembolsou, até ao momento, 156 milhões 130 mil 50 kwanzas, com a aprovação, recentemente, de mais cinco planos de negócios.
Na província do Bié, o Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial do Ministério da Agricultura abrange os municípios do Chinguar, de Catabola e de Camacupa, para aumentar a produtividade e melhorar os acessos dos produtos do campo aos mercados, tendo em vista o fomento do agronegócio.
Iniciado nas províncias do Cuanza-Norte, do Cuanza-Sul e de Malanje, o PDAC abrange, nesta segunda fase, Benguela, Bié, Bengo, Luanda, Huambo, Huíla e Uíge.
Tem como finalidade a criação de infra-estruturas de produção e comercialização para o fortalecimento e a melhoria do ambiente de negócios, tendo em conta as vantagens comparativas na cadeia de valores das culturas de milho, feijão, soja e de café e a produção de frangos e ovos.
O projecto está orçado em 230 milhões de dólares e é financiado pelo Banco Mundial (BM), com 130 milhões, e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com USD 100 milhões.
Para a cedência de crédito, trabalha-se com o Fundo de Garantia de Crédito, instituição financeira que lida com o Banco Sol e o Banco de Fomento Angola (BFA), com a responsabilidade de conceder juros de até 7.5 por cento, de acordo com um instrutivo do Banco Nacional de Angola (BNA).
Para o camponês aceder ao crédito deve possuir uma fazenda com mais de 10 hectares de terra, certidão de não devedor, quer do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), quer da Administração Geral Tributária (AGT).
Passo seguinte, a fazenda é sujeita a vistorias, com vista a se aferir a sua capacidade técnica, administrativa e comercial, sobretudo aquelas que produzem milho, feijão, soja, café, ovos e frangos.
O objectivo do projecto é potenciar a transição de uma agricultura familiar e de subsistência para a comercial, com maiores rendimentos, melhor qualidade e produtos potencialmente exportáveis, cuja venda tornará possível melhorar os rendimentos dos agricultores e equilibrar a balança comercial do país, muito desequilibrada devido às grandes quantidades de alimentos que Angola importa para o consumo interno.
Por isso, os agricultores vão beneficiar dentro do projecto de acções formativas e outras componentes, de modo que esta aposta multiplique os postos de emprego e para que o camponês possa caminhar "sozinho", através da riqueza/lucro, que deverá criar com a implementação da agricultura comercial.
A adesão ao PDAC é direccionada também às associações e cooperativas de agricultores e às pequenas e médias empresas do sector pecuário. JEC/PLB