Malanje- Angola regista necessidades de 10 milhões de toneladas de grãos, anualmente, para atingir a auto-suficiência alimentar neste domínio e começar a projectar a exportação, afirmou quinta-feira, em Malanje, secretário de Estado da Agricultura, João Cunha.
Nesta altura o nível de produção de grãos tem atingido apenas entre quatro a cinco milhões de toneladas de arroz, trigo, soja e milho, razão pela qual o Executivo criou o Plano Nacional de Fomento Para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO), para inverter este quadro.
João Cunha teceu tais declarações por ocasião da abertura da safra de 2023 na Companhia de Bio-energia de Angola (BIOCOM), localizada no município de Cacuso, província de Malanje.
De acordo com o responsável, o país detém todos os recursos naturais, técnicos e humanos para alcançar a produção de 10 milhões de toneladas de grãos, a médio prazo, mas a materialização cabe ao sector privado, devendo o Estado criar apenas condições de investimentos através do Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA), terras, energia e estradas de acesso aos campos de cultivo.
Acrescentou que nesta empreitada o governo tem ainda a missão de trabalhar na redução das taxas de aquisição de fertilizantes, preços justos e ambiente favorável de negócios, acções já em curso desde a implementação do PLANAGRÃO em 2022.
Neste âmbito, apelou aos empresários a investir neste sector, devendo apresentar os projectos ao Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) a fim de buscar financiamentos para a sua execução, com destaque para as regiões da Lunda norte, Lunda sul, Cuando cubango e Moxico, inicialmente seleccionadas.
Por outro lado, destacou a participação do sector da agricultura familiar em 90 por cento da produção agrícola que o país consome, daí que o Executivo tem prestado atenção no fornecimento de fertilizantes, mecanização, entre outros apoios, para que essa franja continue a trabalhar em prol do aumento da produção.
Disse que o acesso a comercialização dos excedentes de produção dessas famílias através do Projecto MOSAP II e a subvenção dos fertilizantes, constam igualmente dos apoios cedidos pelo Executivo, com vista a estimular a produtividade, geração de rendas para as mesmas e tornar mais robusta a agricultura, embora muito há ainda por se fazer neste domínio.
O PLANAGRÃO prevê o fomento para a produção e o aprovisionamento de quatro grãos prioritários, nomeadamente o milho, arroz, trigo e a soja, com vista a redução da dependência da importação e assegurar auto-suficiência e segurança alimentar.NC/PBC