Caála – O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, destacou, este sábado, a necessidade de maior aposta na motomecanização da cultura do trigo, com o objectivo de fomentar a produção em grande escala.
O governante, que falava à imprensa à margem do acto de colheita de trigo, num dos campos da comuna da Calenga, município da Caála, disse que Angola deve continuar a investir na produção deste cereal, na perspectiva de evitar, num futuro breve, a sua importação para o fabrico do pão e outros derivados.
“O país está no bom caminho, temos campos muito lindos de produção de trigo, porém precisamos apostar mais na motomecanização, pois não é possível colher o grão com canivetes e catana, aliás, é bastante doloroso”, salientou.
António Francisco de Assis destacou como desafio a criação de cooperativas e grupos de trabalho por regiões, para que os meios a serem distribuídos sirvam, de facto, para a produção, venda e, posteriormente, o pagamento dos equipamentos.
Acrescentou que o sector da agricultara tem em carteira a distribuição de pequemos equipamentos para diminuir as perdas da colheita e ajudar os produtores a terem maior rendimento.
O ministério, disse, vai continuar a identificar os problemas dos produtores e papel do Estado, para encontrar as melhores soluções, para se conseguir garantir as sementes e fertilizantes, para atender as solicitações das famílias camponesas.
Segundo o ministro, as provinciais de Benguela, Bié e Huambo constituem as zonas com maiores extensões de produção de trigo a nível do país, enquanto decorrem ensaios nas regiões do Cuanza Norte e Malanje, um trabalho que deverá continuar noutras zonas de Angola.
Para este desafio, explicou, o país conta com duas variedades de trigo, sendo uma nativa e outra de genética zambiana, esta última com melhores condições, pois, apesar de baixa, o grão começa a ser formado mais cedo.
António Francisco de Assis informou que o país espera colher quatro toneladas de trigo por cada hectar, principalmente, nos campos cujos produtores beneficiaram de sementes, assistência técnica e fertilizantes, enquanto nos demais espaços a previsão é de uma tonelada e 800.
Os desafios do trigo na Comuna da Calenga
A produção de trigo na comuna da Calenga, município da Caála, província do Huambo, cujo processo de cultivo foi relançado em Fevereiro do corrente ano, foi desenvolvida num espaço de 30 hectares de terras.
A acção, enquadrada no programa de fomento da produção deste cereal, contou com o envolvimento de 600 famílias agrícolas, filiadas em duas cooperativas locais.
O acto de abertura de colheita do cereal foi realizado numa fazenda pertencente ao agricultore Frederico Sandjango, com mais de nove hectares cultivados.
No local prevê-se uma safra acima de 13 toneladas, que serão directamente direccionadas para a Fábrica de Indústria Alimentar, Turismo e Comércio (IALTURC), localizada no Pólo Industrial da Caála, vocacionada à transformação do trigo.
No final da Colheita, o titular da pasta da Agricultura e Floresta, acompanhado pelo ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernandes, entregou ao produtor um kit de meios agrícolas, composto por uma moto-cultivadora, pulverizadora, motobombas, sementes diversas, enxadas, catanas e outros equipamentos. VKY/ALH