Mavinga -Sessenta e seis mil toneladas de produtos do campo, com destaque para os cereais, como milho, massango e massambala, poderão ser colhidas na presente campanha agrícola, no município de Mavinga, província do Cuando, contra sete mil da época anterior.
As previsões foram apresentadas hoje, quinta-feira, à imprensa, pelo director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas de Mavinga, Isaac Dala Francisco, quando falava sobre o sector na circunscrição, capital do Cuando.
O responsável vaticina que as previsões de colheita de produtos do campo, apesar de um interregno das quedas pluviométricas nos meses de Novembro e Dezembro, podem ser alcançadas, em função do empenho das famílias camponesas.
Explicou que a campanha agrícola 2023/2024 registou um índice acentuado de redução de colheita, das mais de 24 mil toneladas previstas para sete mil, em função da seca que assolou aquela região do Cuando.
Fez saber que a direcção que dirige controla, actualmente, 47 associações de camponeses e quatro cooperativas, cada com mais de 50 associados e cooperativistas, carecendo de tractores, uma vez que os dois antigos estão avariados há mais de um ano.
São igualmente necessárias charruas de tracção animal, sementes diversas, fertilizantes, enxadas, catanas, entre outros imputes agrícolas.
Por outro lado, o director defendeu a instalação, em Mavinga, de sete Escolas de Campo e 15 engenheiros agrónomos, para melhorar e aumentar a produtividade, sobretudo de cereais, bem como de mandioca, cebola e alho.
Sinalizou que actualmente o município de Mavinga conta apenas com um engenheiro agrónomo, sem nenhuma Escola de Campo, o que reduz a produção de cereais, sobretudo.
Admitiu que se houver Escolas de Campo e engenheiros agrónomos as práticas viáveis de produção serão melhoradas, permitindo que as famílias camponesas aumentem a produtividade para a sua subsistência e o excedente para a comercialização.
"As comunidades de Mavinga precisam, com urgência, de Escolas de Campo, através do MOSAP-II, para que as nossas famílias aperfeiçoem as boas práticas de produção no campo, porque as terras de Mavinga são aráveis", reiterou o responsável.
Ainda assim, de acordo com Isaac Francisco, as famílias camponesas têm sido incentivas a não se limitar ao cultivo do alto, em função de possíveis irregularidades da chuva, mas também da baixa, aproveitando as zonas húmidas.
Apontou a falta de meios de transporte como uma das grandes dificuldades, para replicar as acções de sensibilização e assistência técnica a famílias agrícolas.
De referir que o município de Mavinga, um dos nove da província do Cuando, tem uma população estimada em mais de 44 mil habitantes, maioritariamente camponeses. ALK/PLB