Ondjiva - Quinhentos e 88 mil 84 hectares estão a ser preparados na província do Cunene para a época agrícola 2020/2021, a ser aberta na segunda quinzena de Novembro, mais 288 em relação à campanha anterior.
Em declarações, nesta sexta-feira, à Angop, director do Gabinete da Agricultura, Pecuária e Pesca, Pedro Tibério, disse que 58 mil e 808 hectares serão preparados de forma mecanizada, 235 mil 234 por tracção animal e 294 mil 042 de forma manual.
Nesta época, segundo o responsável, a produção vai contar com 147 mil e 21 famílias camponesas, contra as 91 mil da época anterior.
Disse que estão já disponíveis, numa primeira fase, 60 toneladas de sementes de massango, massambala, milho.
Segundo o responsável, trata-se do excedente de semente da campanha agrícola anterior, disponibilizado pelos parceiros sociais, mas haverá um reforço do Ministério da Agricultura, que deverá incluir tubérculos e leguminosas.
Na mesma senda, disse que são necessárias três mil 529 toneladas de fertilizantes 12-24-12, tal como adubo orgânico, 882 toneladas de amónio, igual número de ureia e 460 litros de pesticidas.
Novas culturas serão experimentadas
A par das culturas habituais do massango, milho, massambala e feijão frade, o Gabinete da Agricultura está a trabalhar para implementar o cultivo de batata doce, mandioca, arroz, amendoim e soja.
O director da agricultura disse tratar-se de culturas que estão a ser introduzidas de forma experimental nos municípios da Cahama, Ombadja e Cuvelai, com apoio de organizações não governamentais
Afirmou que o projecto visa, sobretudo, a diversificação da produção, com objectivo de erradicar a fome nas comunidades rurais.
Para concretização do mesmo, referiu, estão a ser distribuídas sementes de mandioca e batata doce às famílias camponesas.
Enfatizou que a medida vai ainda contrapor os principais obstáculos encontrados no cultivo de cereais como o milho, massango e massambala que, devido às irregularidades das chuvas, os camponeses não conseguem colher a base necessária para o seu auto sustento.
Falta de chuvas e praga de gafanhotos comprometem ano agrícola
O interregno das chuvas registado no decurso do ano agrícola 2020/2021, associado à vaga de gafanhotos que atingiu em Abril último a província do Cunene, comprometeu a colheita.
Pedro Tibério justificou que o ano foi marcado pela ausência prolongada das chuvas, com particular realce para os municípios do Curoca e Cahama e parte do município de Ombadja, onde 100 por cento da produção foi consumida pelo sol..
Já nos municípios do Cuvelai, Cuanhama e Namacunde, embora as precipitações não tenham sido as ideais, alguns camponeses conseguiram ter uma produtividade acima de 50 por cento.
Por outro lado, lembro que a praga de gafanhotos destruiu 904 lavras famílias, totalizando dois mil e 724 hectares de terra cultivada nos municípios de Namacunde, Cuanhama, Ombadja e Curoca.
A província do Cunene tem um clima subtropical seco e é habitada por 965 mil e 288 mil pessoas, dos quais 79,1% residem no meio rural.