Mbanza Kongo – Mais de cem toneladas de citrinos, entre laranjas, tangerinas e limões, apodrecem todos os anos no município do Lufico, província do Zaire, por falta de escoamento para os grandes centros comerciais.
A situação, segundo alguns produtores de citrinos naquela circunscrição, que falavam segunda-feira à ANGOP, deve-se à falta de meios de transportes, aliada ao mau estado da estrada de acesso à localidade.
Para o agricultor Pedro Tomás, da cooperativa Tussamba, os prejuízos são enormes e recorrentes, pelo que pediu às entidades competentes para inverterem este quadro que está a desincentivar a produção de citrinos em grande escala no Lufico.
De acordo com o interlocutor, o Lufico, antes comuna do município fronteiriço do Nóqui, é potencial em termos de produtos agrícolas, com realce para citrinos e bananas.
Marta Ndembi, camponesa, disse que muitos agricultores locais estão a deixar de produzir citrinos por falta de mercado, apostando, agora, no cultivo de cereais e legumes, em pequena escala.
“Anualmente perdemos quantidades consideráveis de laranjas e tangerinas. Aos poucos vamos deixando essa cultura, produzindo mais cereais e legumes”, referiu.
Por sua vez, António Maria, agricultor há mais de 20 anos, sugeriu a implantação no Lufico de uma fábrica de sumos, para se acabar com os prejuízos da produção de citrinos nesta parcela do território nacional.
“Acredito que com uma unidade fabril aqui no Lufico, a nossa produção passará a ser absorvida localmente e não haverá mais deterioração de quantidades consideráveis de citrinos”, sublinhou.
A nova e primeira administradora municipal do Lufico, Maria wazika, definiu, recentemente, como prioridade do seu mandato, a reabilitação da malha rodoviária da região para facilitar o escoamento de produtos do campo para a cidade.
Com uma população estimada em mais de 13 mil habitantes, o município do Lufico dista a cerca de 94 km da vila do Nóqui. DMN/JL