Ondjiva - Cento e 96 escolas de campo agrária foram instaladas nas províncias do Cunene, Huila e Namibe, no âmbito do Projecto de Fortalecimento de Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional (Fresan), que visa mitigar a carência de água e alimentos à população do sul de Angola.
A informação foi prestada esta sexta-feira pelo embaixador de Portugal em Angola, Francisco Duarte, realçando que desde a sua implementação em 2018, o projecto assistiu mais de 10 mil camponeses com sementes e instrumentos de trabalho em 131 hectares cultivados nas escolas de campo.
De acordo com o diplomata, o projecto tem por objectivo reduzir a fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional, através do reforço da resiliência e produção agrícola sustentável das famílias.
Entretanto, referiu que a acção permitiu a criação de duas estações agrometeorológicas fundamentais para disponibilizar informação adequada aos camponeses e decisores públicos.
Na mesma senda, realçou o apoio à campanha agrícola 2022/2023, com a distribuição de 43 toneladas de sementes diversas e equipamento de produção, assim como do inquérito pós colheita, visando contribuir para a segurança alimentar das comunidades mais vulneráveis.
No contexto de alterações climáticas, destacou a inauguração de uma das seis instalações meteorológicas automáticas adquiridas, constituindo numa plataforma de monitorização para produzir informação dispensável à vigilância climática.
Francisco Duarte apontou ainda a elaboração e distribuição de 19 projectos subvencionados e 17 direcções municipais de saúde que beneficiam do pacote pedagógico de educação alimentar e nutricional.
Nesta vertente, disse que o projecto será estendido por mais de 12 meses (Agosto de 2025), sem custos financeiros adicionais, com objectivo de consolidar a materialização do projecto.
Esclareceu que a extensão do projecto, visa a simplificação, melhoria e eficiência do projecto para o reforço do apoio às comunidades no acesso a água para irrigação, através de um trabalho conjunto com os governos provinciais.
Por seu turno, a embaixadora da União Europeia em Angola, Jeannette Seppen, esclareceu que o Fresan é uma contribuição de parceiros europeus que visa dar resposta aos desafios das mudanças climáticas nas populações afectadas.
Disse que o desafio é atingir resultados de maneira mais eficaz e eficiente naquilo que são as resposta da segurança alimentar, mal nutrição, aos efeitos do clima recorrente nesta região sul de Angola.
Enalteceu o acompanhamento da implementação do programa, de modo a assegurar que os beneficiários sejam assistidos da melhor maneira e alcançar resultados sustentados no combate à pobreza.
Já o governador em exercício do Cunene, Apolo Ndinoulenga, disse que a iniciativa vai permitir a melhoria da segurança alimentar e nutricional na província, assim como a redução da vulnerabilidade, através da vigilância comunitária e o aumento do acesso a fontes de água.
“Torna-se indispensável o apoio dos parceiros na redução da fome, pobreza, vulnerabilidade, insegurança alimentar e nutricional, por meio do fortalecimento sustentável da agricultura familiar", sublinhou.
Lançado em 2018, o projecto Fresan, financiado pela União Europeia, num montante de 64 milhões de euros, está a ser implementado nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.
Com o prazo de execução inicial até Agosto de 2024, o projecto tem como foco o acesso à água, promoção de segurança alimentar e nutricional, bem como pequenas iniciativas de transformação e comercialização.