Luanda - As receitas arrecadadas pelo Laboratório Agro-alimentar de Santa Clara, na província do Cunene, caíram, desde 2020, de 12 milhões para um milhão de kwanzas (Kz) por mês, devido à baixa procura dos serviços, influenciado pela redução das trocas comerciais naquela região fronteiriça do país.
Até de 2020, o Laboratório Agro-alimentar de Santa Clara recebia várias amostras e realizava, mensalmente, cerca de 200 testes por mês, que permitiam encaixar um valor igual ou superior a Kz 12 milhões, mas, actualmente, efectuam apenas uma média de 15 exames por mês, devido ao fraco fluxo de trocas comerciais.
A instituição, equipada com meios de tecnologia de última geração, foi criada para garantir a qualidade dos produtos importados da África do Sul, da Namíbia e exportados do país, por isso foi instalada na zona fronteiriça de Santa Clara, a 45 quilómetros de Ondjiva.
Em declarações esta terça-feira, à ANGOP, o seu responsável, Aristides Saquela, disse que são realizadas vários tipos de análises, com destaque para o solo, produtos alimentares, bebidas, sementes, fertilizantes, entre outros.
Fez saber que a pandemia da Covid-19 alterou a dinâmica do trabalho das amostras, atendendo à redução do volume de importação no posto fronteiriço de Santa Clara, vizinha com a Namíbia.
Informou que os preços das mostras de cada produto variam, tendo em conta os parâmetros que o cliente solícita e isso é que determina o custo que vai de 26 mil a 100 mil kwanzas.
Referiu que os resultados das amostras levam um período de 15 dias, depois são enviados para a Delegação das Alfândegas para serem entregues ao dono da mercadoria que passa pelo parque, em Santa Clara.
Angola e Namíbia têm uma relação comercial intensa e o Laboratório Agro-alimentar tem contribuído para a garantia da qualidade dos produtos importados e exportados entre os três países que entram via terrestre, através da fronteira com a província do Cunene.
O posto fronteiriço de Santa Clara, que liga Angola à Namíbia, por via da província do Cunene, é considerado um dos pontos do país que regista maior volume de trocas comerciais.
A partir do posto fronteiriço de Santa Clara entram maioritariamente bens alimentares, vestuários, ração animal, material de telecomunicações, bem como mercadorias para o sector mineiro.
A província do Cunene partilha 460 quilómetros, dos quais 340 terrestres e 120 fluviais, de fronteira com a República da Namíbia.
Angola conta apenas com quatro laboratórios regionais agro-alimentares, concretamente nas províncias do Cunene, Luanda, Cabinda e Benguela. PEM/LHE/PPA