Lubango- Os beneficiários da 2ª fase da linha Jovem de financiamento, do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), na Huíla, manifestaram hoje, quinta-feira, nesta cidade, o impacto do programa no aumento da produção e na melhoria do acesso ao mercado.
Trata-se de 22 beneficiários, dos 23 iniciais que estão desde Novembro de 2024 a receber seis milhões e 500 mil kwanzas cada, em duas tranches, um valor não reembolsável, que visa impulsionar a actividade de produtores, transformadores, comerciantes e distribuidores.
Ao falarem num encontro da coordenação do PDAC-Huíla e os contemplados, o avicultor Analide Teixeira afirmou estar a fazer melhoramentos nos seus galpões e tornar mais robusta a gestão do projecto, numa produção que era de 60 aves/semestre e vai passar até mil e 500 aves/ano, assim como pretende estrear a produção de ovo, com 500 a 700 unidades.
Já Glória Saculenga, produtora de milho, feijão e batata, disse que antes estava focada na agricultura familiar e produzia apenas em menos de um hectare, com o apoio do PDAC alargou para 1,5 hectare a área de total de produção, com aquisição de sementes e equipamentos, sendo que, para além da família, já contratou dois funcionários.
Para o outro avicultor Milagre Muchinene, especializado na produção de aves de corte (frango), afirmou que só com a primeira parcela adquiriu ração, que era a sua principal dificuldade, pois a Huíla ainda não produz ração de aves de corte.
“Com o apoio do PDAC, a produção aumentou de sete mil e 500 frangos para oito mil e 200, a cada 40 dias. Estamos com uma previsão de atingir 10 mil e 800 a cada ciclo em Agosto de 2025. Temos mercado na Huíla, em Luanda e no Huambo”, acrescentou.
Já para outra beneficiária, Aldina Intcha, comerciante de feijão, milho e ginguba, há seis anos, adquiriu pela primeira vez uma motorizada de três rodas para facilitar as vendas dos produtos que compra em aldeias para comercializar em restaurantes e em revendedores no Lubango.
Antes do meio, segundo a jovem, conseguia comprar apenas até 200 quilogramas de grãos por viagem, mas agora vai poder adquirir 500 em cada jornada, razão pela qual pretende construir um pequeno armazém com a segunda parcela, para a conservação dos produtos adquiridos.
Por sua vez, o coordenador do PDAC-Huíla, Agnelo Miguel, avançou terem já desembolsado, pelo menos, 42 milhões de kwanzas, de 12 jovens que remeteram os seus pedidos, estando por faltar 10 que ainda não o fizeram.
Chamou a responsabilidade dos jovens na gestão dos valores, pois é uma oportunidade e os mesmos são obrigados a trabalhar de forma afincada para apresentar resultados satisfatórios, aumentar a produtividade e vender cada vez mais.
Ressaltou que os contemplados devem ainda ter uma contabilidade organizada, enquadramento legal dos funcionários, no sentido de estarem alinhados, pese embora, além do acompanhamento que o PDAC faz, os jovens têm igualmente a possibilidade de um reforço técnico, caso precisem.
O encontro serviu para auscultar os beneficiários, desde os desafios e sugestões de melhoria. Na 1ª fase, o projecto beneficiou 19 jovens, totalizando assim 41 a nível da Huíla, que receberam apoio do PDAC, na sua linha de financiamento Jovem. EM/PLB