Humpata – Vinte toneladas de cenoura foram colhidas e comercializadas, desde Fevereiro último, na fazenda localizada no município da Humpata, província da Huíla, propriedade do jovem empreendedor, Arsénio Lopes.
A fazenda "Arsénio Lopes – Agropecuária” é a única que produz cenoura em grande escala, na comuna da Palanca, município da Humpata, numa iniciativa do jovem, de 33 anos de idade, que prevê colher, até final do ano em curso, 50 toneladas do produto comercializado nas províncias de Luanda, Benguela e Huíla.
O processo iniciou com a sementeira, em Novembro de 2020, numa área de três hectares, tendo já ocorrido dois períodos de colheitas, em Fevereiro e Julho do corrente ano. A terceira começou esta quarta-feira. A área total de produção é de 12 hectares.
Localizada a dez quilómetros da sede da comuna, Arsénio Lopes já investiu dez milhões de kwanzas de fundos próprios e emprega 19 trabalhadores, 15 dos quais mulheres.
Em entrevista à ANGOP, informou que aguarda por um financiamento de 15 milhões de kwanzas, do Banco Caixa Angola, ainda no ano em curso, para duplicar a produção de 50 para cem toneladas/ano.
Afirmou que de todas as culturas feitas na região, a cenoura é a que carece de menos cuidados, na sua produção, desde a sementeira à colheita, para além de ser resistente às pragas.
“Fui incentivado a produzir em grande escala, para ajudar no melhoramento da saúde da população, através da alimentação e combate às diversas doenças, já que a cenoura é rica em sais minerais, ferro, cálcio e vitaminas K, A, E e C, assim como complexo B”, continuou.
Destacou que três meses e 15 dias é o período que leva da sementeira à colheita, sendo um produto que se pode controlar o crescimento através da rega, adiantando que as sementes são provenientes da África do Sul.
Lamentou as dificuldades para o escoamento do produto, devido ao mau estado da via que liga a fazenda a sede da comuna.
A aposta em outras iniciativas
Para além da aposta na produção de cenoura, está igualmente a investir na produção e melhoramento de espécies de suínos, caprinos, ovinos, aves e coelhos, ao aceitar o desafio e o financiamento de 70 milhões de kwanzas do Ministério da Agricultura e Pescas, para o fomento da suinicultura na província.
O projecto que lidera inclui a aquisição de 336 matrizes melhoradas de animais, para beneficiar 112 jovens dos 14 municípios da província, sendo que 60 já receberam um macho e duas fêmeas, cada um.
Arsénio Lopes salientou que os beneficiários do projecto iniciado em Fevereiro e com termino previsto para Dezembro do ano em curso, têm direito a acompanhamento, tanto do fornecedor dos animais como dos serviços de veterinária.
“Temos 170 cabritos, 37 ovinos e 300 suínos reprodutores e estamos agora a trabalhar no melhoramento das espécies de cabritos e coelhos, para que, no próximo ano, comecemos a comercializar as matrizes”, frisou.
Explicou que o seu gado suíno é melhorado e resistente a doenças e também destina-se à venda e transformação em enchidos.
Fez saber que na pecuária investiu igualmente dez milhões de kwanzas, numa outra iniciatica, com dois anos de existência, e alistou-se no Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), para uma sociedade público-privada.
Admitiu que o incentivo recebido do ministério de tutela tem sido vital, para continuar a trabalhar e contribuir para o aumento da produção.