Ondjiva – Os baixos níveis de chuva que se regista na província do Cunene vão impactar negativamente na presente campanha agrícola (2023/2024), reduzindo a produção prevista, inicialmente, pelos agricultores, segundo o director do gabinete da Agricultura, Pecuária e Pesca no Cunene, Carlos Ndanyengondunge.
O responsável, que falava durante a reunião alargada do conselho de direcção do gabinete da Agricultura, Pecuária e Pesca, realizada esta sexta-feira, disse que a irregularidade da chuva vai adiar as metas preconizadas pelos camponeses, facto que poderá provocar uma crise alimentar junto das famílias.
De acordo com o director, a chuva está a cair de forma esporádica e fora do momento exacto que as plantas necessitam, o que tem provocado o ‘stress hídrico’ das culturas, sobretudo as plantas que estão em fase de florescimento.
A par das baixas quedas pluviométricas, Carlos Ndanyengondunge apontou também o surgimento de algumas pragas, que podem influenciar de forma negativa os níveis de produção e afectar o gado bovino.
Devido o presente cenário, referiu que a direcção provincial da Agricultura teve de reunir, no sentido de se encontrar estratégias para ultrapassar a situação, que passa primeiramente pelo levantamento exacto das áreas prejudicadas, assim como na distribuição de meios de irrigação para fortalecer os camponeses que trabalham próximo à fonte de água.
Participaram do encontro directores municipais da agricultura, chefes de departamento dos institutos públicos proveniente dos seis municípios do Cunene.
Metas da campanha agrícola 2023/2024
Para a presente campanha, a direcção provincial da Agricultura traçou como meta a colheita de 278 mil toneladas e 683 quilogramas de produtos diversos, como massango, massambala, milho e leguminosas, contra as mais de 500 mil toneladas da época agrícola anterior.
Este ano agrícola conta com o envolvimento de 151 mil e 286 famílias, a serem assistidas no âmbito do programa de apoio à agricultura familiar, com a preparação de 151 mil e 284 hectares, dos quais 113 mil e 463 com atracção animal, 22 mil e 692 mecanizada e 14 mil 741 de forma manual.
Para esta campanha foram disponibilizadas 520 toneladas de sementes, sendo 150 de massango e igual número de massambala, 70 de milho, 45 de feijão e cinco de arroz, assim como 100 toneladas de fertilizantes simples (sulfato de amónio). FI/LHE/QCB