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Especialista valoriza posse de terra nos ganhos da Independência

     Agricultura              
  • Cunene • Domingo, 02 Fevereiro de 2025 | 21h53
Produção Agrícola no Cunene
Produção Agrícola no Cunene
Luísa Henriques-ANGOP

Ondjiva – O director do Gabinete da Agricultura, Pecuária e Pesca do Cunene, Carlos Ndanyengondunge, considerou a posse da terra agrária pelos angolanos um dos maiores ganhos da Independência Nacional, alcançada a 11 de Novembro de 1975, pondo fim ao regime de contratados.

Em recentes declarações à ANGOP, em Ondjiva, a propósito dos 50 anos de Independência, Carlos  Ndanyengondunge enfatizou o facto de o fim da colonização europeia ter permitido aos angolanos cultivar e explorar a sua própria terra em benefício próprio em vez de servir de mera mão-de-obra.

Antes de 1975, os angolanos trabalhavam no seu território em condições de contratados, servindo como mão-de-obra barata, recordou, realçando que hoje a agricultura desenvolvida está mais controlada e direccionada aos nacionais, com vista a satisfazer as suas próprias necessidades, aproveitando o activo de terra e recursos hídricos disponíveis.

Ressaltou que, depois da Independência, a que se seguiu a paz alcançada, em 2002, o Executivo angolano implementou várias políticas que visam a recuperação das unidades agro-industriais destruídas em período de conflito armado.

O director reconheceu contudo que, em termos de quantidade, as estatísticas disponíveis revelam insuficiências com uma expressiva redução do peso de produtos como o café e o sisal, em consequência do conflito armado que destruiu as infra-estruturas agrárias então existentes e provocou um acentuado êxodo da população.

“Angola já foi um dos maiores produtores do café e do sisal, mas (essa produção) reduziu consideravelmente.  Agora com as políticas do Executivo estamos a ver a sua reactivação, sobretudo nas províncias do Norte e do Centro sul do país”, sustentou.

Carlos Ndanyengondunge realçou que, com o alcance da paz, muitos campos foram desbravados, fazendas instaladas e as destruídas reaproveitadas, o que eleva os níveis de produtividade.

A título de exemplo, apontou a reactivação da fazenda agro-industrial do Manquete, instalada no município de Ombadja, cuja infra-estrutura foi erguida antes da Independência e, logo a seguir, ficou paralisada.

“Com o alcance da paz, temos a produção do arroz em grande escala no Manquete, que dispõe de silos, unidades de processamento e descasque, limpeza, branqueamento de embalagem e outros equipamentos”, disse.

Ressaltou ainda o projecto agro-industrial da Esopak, localizado no Curoca, erguido no período de paz e que tem contribuído bastante na produção de cereais que está a minimizar significativamente a importação e maximizar combate à fome.

Indicou como outro exemplo dos avanços agrícolas na região a produção de cereais  e hortícolas no corredor da Canganda, município do Cuvelai, praticada por angolanos que dispõem de grandes superfícies de terra.

Carlos Ndanyengondunge disse ser, por isso, fundamental o processo de desminagem, considerando-o um grande desafio que permitiu a abertura de novos campos agrícolas, infra-estruturas rodoviárias e habitacionais.

Valorizou igualmente o sector agrícola familiar que, segundo ele, tem contribuído na redução da fome e no garante da segurança alimentar e nutricional das famílias, pelo que apelou para um maior empenho na preparação de terra.

Fez saber que, na presente campanha agrícola familiar 2024/2025, estão em preparação 302 mil e 572 hectares de terras aráveis, dos quais 226 mil e 929 hectares por tracção animal, correspondendo a 75% da área de produção.

Realçou o envolvimento de 151 mil e 286 camponeses, dos quais 75 mil e 643 famílias terão assistência directa, nos vários municípios da província, prevendo a colheita de 271 mil e 369 toneladas de produtos diversos.

A província do Cunene controla actualmente 125 fazendas agrícolas, 368 escolas de campo, 18 cooperativas e 149 associações agrícolas.

Sob o lema “Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”, Angola comemora meio século da Independência Nacional, no dia 11 de Novembro de 2025.

A Independência de Angola foi proclamada em 1975, por António Agostinho Neto, que se tornou no primeiro Presidente da República Popular de Angola.FI/LHE/IZ





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