Caluquembe – O Instituto Nacional do Café (INCA) pretende atingir um milhão de mudas de planta nos municípios de Caluquembe e de Caconda, na província da Huíla, até final do ano em curso, no âmbito do projecto de relançamento da produção da espécie arábica no planalto huilano.
Ao falar da iniciativa, o responsável do INCA na Huíla, Henriques Chivinda, no quadro do relançamento do café arábica no presente ano agrícola, afirmou estarem já disponíveis 110 mil plantas nos dois municípios, prevendo atingir as 500 mil para cada circunscrição ainda este ano.
Declarou que a província aguarda por uma equipa de técnicos para a montagem das estufas nos próximos dias, um factor que vai acelerar o alcance desta meta no próximo ciclo produtivo, um processo em que estão actualmente envolvidas 150 famílias de Caluquembe e 75 de Caconda.
O relançamento da produção de café arábica, conforme o técnico, representa uma mais-valia, pois visa combater à pobreza, já que o Executivo apoia gratuitamente o processo, com a aquisição das bolsas de polietileno, onde é colocada a semente, assim como com assistência técnica, até que a muda chegue às famílias.
Por sua vez, o director da Agricultura, Pecuária e Pescas da Huíla, Pedro Conde, referiu que a ideia é recuperar a cultura, para ser uma “mercadoria” na região, o que antigamente foi representativa nas exportações.
Além de Caluquembe e Caconda, o responsável disse que os municípios de Chicomba, Cuvango e Chipindo também vão beneficiar do projecto, assim como na Humpata e Chibia, que têm um histórico de produção da era colonial.
“Temos consciência que em função do clima que a Huíla tem em quase todos os municípios têm potencial para a produção do café. Estamos ainda no processo de fomento, instalados em Caconda e Caluquembe com dois viveiros, em que cada um tem uma capacidade de 500 mil plantas/ano, mas a ideia é expandir para ser acessível aos restantes municípios”, continuou.
Já o técnico sénior do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), Augusto Macosso destacou que o café não é só para consumo, mas atrair visitas no país, cria riquezas e os seus frutos podem ser colhidos num período de 20 a 30 anos, pelo que é só trabalhar na manutenção da cultura.
“Agora estamos a ver que precisamos relançar o produto e é possível tornar o café no diamante negro do país. Um quilograma de café está entre dois a três mil kwanzas, quem tiver um hectare produzido é acompanhado. Com mil e 500 plantas gera rendimento durante 20 ou 30 anos”, reforçou.
Por conseguinte, a administradora de Caluquembe, Mariana Soma, reiterou a necessidade de cada um fazer a sua parte na produção, pois a subsistência da população depende do que é produzido, consumido, investido e comercializado.
Salientou que o café é uma cultura que devidamente acompanhada pode constituir uma fonte de arrecadação de receitas para as famílias, atendendo o preço do produto no mercado internacional.
O projecto de relançamento do café arábico no planalto, do Executivo, coordenado pelo INCA, contempla as províncias da Huíla, Huambo e Bié. EM/MS