Luanda - O director-geral do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), defendeu esta sexta-feira, em Luanda, a promoção e adopção de sistemas alimentares sustentáveis, resilientes, competitivos, inclusivos e com a participação de diversos actores.
Ao discursar na abertura da mesa redonda sobre "Pesquisa e desenvolvimento, oportunidades e desafios para a agro-pecuária em Angola", o responsável sublinhou serem grandes os desafios, no país, ligados à investigação, pesquisa e desenvolvimento agropecuária.
Conforme o director-geral do IDA, em todas as economias, a produção local e sustentável de alimentos é impactada expressivamente pela agricultura familiar.
"Comparativamente com a agricultura comercial, a produção local e sustentável de alimentos envolve a maior parte dos produtores e dá um grande contributo à alimentação das populações”, realçou.
Explicou que, face às estratégias e actividades envolvidas na agricultura familiar em todo o mundo, é ilusório pretender-se que modelos de agricultura simplificada e altamente dependentes de insumos modernos venham a ser adoptados de forma uniforme e eficiente em todas as regiões, especialmente nas sujeitas a restrições de acesso aos alimentos.
“A crise climática e os seus efeitos na agricultura, juntamente com o crescimento populacional, que é muito elevado nos países em desenvolvimento, sublinham a necessidade de uma agricultura resiliente e que continue a produzir alimentos suficientes em quantidade e qualidade”, disse.
Lembrou que o país conta com oito mil e 500 escolas de campo, com mais de 1.150.000 famílias.
"A verdade é que nós temos cerca de três milhões e 100 famílias no meio rural para apoiar, mas há todo um processo de para que a maioria das famílias integrem todo esse processo de assistência”, frisou.
Acrescentou que o número de escolas de campo tem vindo a crescer e, com isto, aumenta o número de famílias que participam deste processo de acesso ao conhecimento.
Felismino da Costa fez saber que, a nível das escolas de campo e das cooperativas, são criadas caixas comunitárias, que servem como instrumento de empoderamento das famílias.
Por seu turno, a agricultora Teresa Mariz, residente na província do Moxico, conhecida como rainha da mandioca, fez saber que produz anualmente 800 toneladas de mandioca, abastecendo uma indústria na cidade do Luena, que transforma o produto em farinha de bombo.
Teresa Mariz assegura que a fazenda é composta por mil hectares, estando a trabalhar em 600 hectares, com 59 trabalhadores.
O Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) tem como missão primordial a concretização das directrizes governamentais, desempenhando um papel decisivo no fortalecimento da agricultura familiar, rumo à diversificação da economia, tornando o país cada vez mais auto-suficiente.
O IDA é um instituto estratégico do Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF) responsável pela execução de tarefas como reforçar a organização das comunidades rurais, fornecer orientação e capacitação técnica aos agricultores familiares, tanto em grupos de apoio mútuo quanto em associações e cooperativas agrícolas e estimular a comercialização dos excedentes provenientes da produção agropecuária.HM/ASS