Cuito – O Grup Agreement dispõe de cinco milhões de dólares investir em projectos de agronegócio e construção de valas de irrigação nos municípios do Chinguar e Chitembo, na província do Bié.
O referido valor é um financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e encontra/se disponível desde Março do ano corrente, revelou hoje, terça-feira, na cidade do Cuito, o presidente do Conselho de Administração do Grup Agreement, Luís Assis.
Até ao momento, a empresa, criada em 2012, já preparou dois mil hectares de terra arável para culturas diversas, com destaque para a batata.
Luís Assis, que falava durante um workshop sobre sistemas de irrigação, promovido pela Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária do Bié, disse que o investimento já proporcionou mais de 46 novos postos de trabalho à juventude.
O Grup Agreement desenvolve actividades nos domínios da engenharia e construção civil e agronegócio, com projectos nos municípios do Chitembo e Chinguar, este último, onde se prevê a construção de uma fábrica de processamento de batata, a curto prazo.
Aposta ainda na exploração de mineiros, em parceria com a fábrica de cimento da província de Benguela, e no ramo de petróleo e gás, em cooperação com as petrolíferas Chevron e a Total.
O vice-governador para o sector Político, Social e Económico do Bié, António Manuel, que presidiu o evento, solicitou à banca para facilitar a cedência de crédito aos empresários que queiram investir no sector agrícola, para combater a fome e a pobreza nas famílias.
Em resposta, o representante do Banco de Fomento Angola (BFA) na província, Estêvão Lumingo, recordou que esta instituição bancária tem disponíveis 30 mil milhões de kwanzas para crédito à empresários que queiram ampliar a sua capacidade de investimento no país, mormente no ramo do agronegócio.
Sem avançar o valor destinado para o Bié, afirmou que o financiamento abrange todas as empresas com experiência na actividade agrícola, com o mínimo de três anos, como cooperativas agrícolas e pequenas e médias empresas.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária do Bié, Gil Chindai, louvou a iniciativa da banca, que procura financiar projectos, com destaque para o agronegócio, que "vão alavancar" a actividade empresarial a curto prazo e sobretudo impulsionar o bem-estar das famílias.
O director provincial da agricultura, pecuária e pescas, Marcolino Rocha Sandemba, realçou que o Bié necessita de investimento privado para a construção de valas de irrigação, a fim de alavancar o sector produtivo.
Ao apresentar o tema “desafios, oportunidades no sector da Agropecuária”, o responsável sublinhou que o Bié tem diversos rios para se desenvolver a agricultura.
Tais potencialidades, disse, requerem investimentos da classe empresarial, nacional ou estrangeira, essencialmente para a construção de valas de irrigação, aquisição de máquinas e formação de quadros e agricultores, no geral.
Lembrou que a província tem quatro milhões 218 mil e 840 hectares e que apenas 843 mil 768 são preparados anualmente, representando um aproveitamento na ordem de 20 por cento da superfície lavrável.
Para a campanha agrícola 2022/2023, o sector da agricultura desbravou cerca de 300 mil hectares de terras aráveis, contra 250 mil do ano agrícola anterior, para as culturas do milho, trigo, soja, feijão, entre outros produtos.
Participaram do workshop técnicos agrários, empresários, membros de cooperativas e associações de camponeses.
A província do Bié possui 70 mil 314 quilómetros quadrados e aproximadamente dois milhões de habitantes, 70 por cento dos quais vive no meio rural e tem a agricultura como actividade principal.