Huambo - O director do Grémio dos Comerciantes e Produtores de Milho de Angola (Epungu) do Huambo, Monteiro Daniel Chissoca, queixou-se, esta quinta-feira, da falta de financiamento bancário, para a recuperação dos silos há muito imperantes.
Trata-se dos silos da Caála, Chicala-Cholohanga, Huambo e Longonjo, que desempenharam um papel fundamental no armazenamento de milho, para reserva alimentar nacional, entre 1960 e 1990.
À época, estes imóveis eram abastecidos de cereais, em particular o milho, comercializado em São Tome e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Macau e outras ex-colónias portuguesas, para garantir a sustentabilidade da vida económica.
Em declarações à ANGOP, o responsável informou que, entre 1999 e 2002, a instituição contava com apoio da Secretaria da Agricultura e tinha como perspectiva reactivar os silos junto ao Corredor do Lobito, com a capacidade para armazenar mais de 30 toneladas de cereais, porém não teve sucesso na iniciativa.
Disse que, apesar de as paredes estarem intactas, os silos com armazéns ao redor carecem de uma reabilitação total e apetrechamento dos meios furtados e vandalizados, ao longo dos anos, sendo que a busca por financiamento já é do conhecimento das autoridades governamentais.
Considerou que a inoperância destas infra-estruturas torna fraca a participação dos pequenos e médios agricultores, assim como as famílias camponesas, na garantia da reserva alimentar do país e na preservação de grandes quantidades de milho com a maior qualidade possível, tanto para ementes, como para consumo de longo prazo.
Monteiro Chissoca augura que com a reactivação dos silos será mais fácil apoiar os camponeses desde a fase de cultivo, tratamento, colheita e comercialização, para além da conservação do milho, consta das prioridades da direcção do Grémio do Huambo.
O responsável lamentou a redução da produção do milho, por parte dos pequenos e médios produtores, resultante da subida dos preços dos fertilizantes, sementes de qualidade e demais fenómenos naturais, facto que eleva os custos da comercialização deste cereal.
O Grémio dos Comerciantes e Produtores de Milho de Angola (Epungu) na província do Huambo, actualmente, controla 250 membros.
A instituição era denominada até 1975, Grémio dos comerciantes e exploradores de Angola, que no passado abasteceu milho armazenado nos silos da Caála, Chicala-Cholohanga, Huambo e Longongo, o mercado nacional e as então colónias portuguesas em África (São Tomé, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde). MLV/JSV/ALH