Graça Machel destaca em Benguela impacto do Carrinho Agri na redução da pobreza

     Agricultura           
  • Benguela     Sexta, 08 Setembro De 2023    21h00  
Graça Machel participa na conferência dos 30 anos do Grupo Carrinho
Graça Machel participa na conferência dos 30 anos do Grupo Carrinho
Antonio Lourenço-ANGOP

Benguela –A presidente da ONG Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), a moçambicana Graça Machel, reconheceu, esta sexta-feira, o impacto do projecto “Carrinho Agri” na redução da pobreza, através do fomento e extensão da agricultura familiar.

Com 58 mil famílias camponesas já contempladas nas províncias de Benguela, Huambo, Cuanza Sul, Huíla, Bié e Malanje, trata-se de uma iniciativa do Grupo Carrinho, que consiste no apoio com inputs e insumos agrícolas e na compra da produção dos pequenos produtores, o que está a ajudar no fomento da agricultura familiar no país.

Desde o lançamento, o Carrinho Agri já comprou aos pequenos produtores abrangidos mais de 60 mil toneladas de produtos diversos, como milho, feijão, arroz e algodão, sendo que na comuna do Dombe Grande, na província de Benguela, foram colhidos os primeiros resultados, seguido do Cuanza Sul.

Oradora nesta sexta-feira, 8, do painel sobre o Fomento Agrícola, no evento que decorre desde segunda-feira, 4, no Complexo Industrial Carrinho, para assinalar as três décadas do Grupo Carrinho, uma empresa familiar fundada em Benguela, em 1993, Graça Machel admite estar impressionada com os resultados do projecto Carrinho Agri.

“Devo confessar que é uma lição para mim (…) Estou altamente impressionada”, disse aquela destacada activista social a favor dos direitos das mulheres e crianças tanto em Moçambique, como em outros países africanos.

Aplaudida várias vezes pelos convidados ao certame que corroboram da sua visão, Graça Machel lembrou já ter visto algumas empresas a trabalharem com famílias rurais, mas, a seu ver, não na dimensão e com a diversidade de actividades agrárias como o Grupo Carrinho.

É que, para ela, não é apenas o facto de os números serem impressionantes, prevendo-se, no entanto, cobrir 150 mil pequenos produtores no próximo ano, mas é também a diversidade das actividades com impacto no desenvolvimento da agricultura familiar.

Daí Graça Machel considerar a iniciativa do Grupo Carrinho um exemplo muito importante a estudar e valorizar para outras empresas ou grupos que também estão neste ramo da agro-indústria.

Num olhar mais atento, a presidente da FDC “faz contas” e estima que cada família coberta por este programa de extensão terá pelo menos um agregado de cinco membros, pelo que o impacto é até cinco vezes maior do que os 150 mil pequenos agricultores previstos.

Antevendo que o Carrinho Agri possa vir a abranger 750 mil pessoas em 2024, Graça Machel vê um impacto social muito grande neste projecto.

Aumento da renda familiar

Por outro lado, Graça Machel diz que o facto de estas famílias terem acesso a insumos e a mercado seguro, para a venda dos seus produtos, aumenta tanto o rendimento familiar como a ambição de trabalhar mais.

À medida que as famílias trabalham durante um ano, sabem que se fizerem mais terão mais e isto tem muito impacto na redução da pobreza, salienta a fonte, encarando este modelo como extremamente importante e interessante de se multiplicar.

“Se muitas das empresas e grupos que existem por aqui, somarem outros mil, dez mil, cinco mil ou cinquenta mil agregados familiares, nós vamos conseguir transformar o campo e também reduzir a pobreza”, assevera.

Da vulnerabilidade à dignidade

Graça Machel questiona sobre quantos dos 150 mil agregados familiares seriam chefiados por mulheres, a sua maior preocupação.

No entanto, sublinha como o fomento agrícola iria transformar a vulnerabilidade desta camada social, em particular nas zonas rurais.

E explica-se: “é que quando a mulher tem acesso à terra, aos insumos e à tecnologia melhorada e a uma produção maior e de melhor rendimento, cresce a sua dignidade”.

“É aquele sentimento de se ser dona de si própria, dos destinos da sua família e ser uma participante num nível mais elevado de decisão naquilo que são os destinos do país”, acrescenta.

A fundadora da FDC, uma organização empenhada no combate à pobreza e protecção de mulheres e crianças em Moçambique, acredita que esses programas, bem conduzidos, também contribuem para a transformação da economia, porque reduzem a informalidade.

E, mais importante ainda, fazem crescer a dignidade das mulheres, a auto-confiança e o sentimento de não ser secundário, como afiança Graça Machel. JH/CRB 

 





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