Lubango - O melhoramento dos acessos para o escoamento da produção do campo para os centros de consumo e investimentos nos inputs agrícolas para uma actividade mais mecanizada, constam das prioridades do governo da Huíla, para dinamizar o "Triângulo do Milho".
Estima-se que pelo menos 80 por cento do milho colhido anualmente na província da Huíla vem do chamado “Triângulo do Milho”, da qual fazem parte os municípios de Caconda, Caluquembe, Chicomba Chipindo, Quipungo e Matala, que são potências produtoras do milho branco e amarelo.
Nas áreas mais produtivas destacam-se as que se encontram nos cursos dos rios Cunene, Cuvango, Caculuvar, Colui, barragem das Neves, Sendi e Gangelas.
Em entrevista à Rádio Nacional de Angola, ao falar do, também, "Corredor do Milho", o governador da Huíla, Nuno Mahapi, referiu que actualmente já produz a maior parte do milho que a província vende consome.
Declarou que o maior investimento da agricultura é a cultura das pessoas de produzir e nisso tem os municípios com potencial, mas é necessário continuar-se a apostar, sendo que a primeira passa pela construção das vias prioritárias para chegar aos grandes centros de produção.
O segundo factor, como descreve o governante, é a necessidade de mais investimentos para se ter uma agricultura mecanizada, que venha produzir em grande escala, sem se esquecer da actividade familiar.
“O Triângulo do Milho, por si só, já existe e está a funcionar, mas não podemos perder de vista que temos de fazer grandes investimentos. Bem tratado consegue resolver os problemas de alimentação não só na Huíla, mas também do país”, continuou.
Fez saber que já foi entregue em Dezembro de 2023, a responsabilização da gestão dos perímetros irrigados às províncias e já tomou a decisão de dar as terras a quem as trabalhe, não para os que as mantêm sem fazer qualquer intervenção.
Referiu tratar-se de infra-estruturas, que se o governo tomar a decisão certa, vai gerar empregos e dar a auto-capacidade alimentar a Huíla, promovendo posteriormente a exportação para outras províncias e fazer algum intercâmbio, pelo que carecem de investimentos para se fazer melhor aproveitamento.
‘‘O primeiro investimento é o homem e é este que se está a tratar e com tempo ter resultados satisfatórios e aproveitar melhor o dinheiro público investido nestas infra-estruturas, para resolver os problemas dos angolanos”, manifestou.
A par dos perímetros, ressaltou que a província dispõe das barragens do Sendi, das Neves e ainda a das Ganjelas, que precisam de intervenção, bem como vários represamentos, muitos deles perdidos pela falta de manutenção ao longo do tempo, pelo que precisam de maior investimentos, para melhor aproveitamento das águas.
O governador lembrou ter projectos de construção de novas barragens para contrapor o problema cíclico da seca e também pelo crescimento populacional, daí que se propôs a contínua mobilização de recursos para construir ao longo do rio Caculuvar duas barragens, não só para abastecer a população, mas também para a agro-pecuária.
Detalhou serem as barragens do Nompombo e a da Tunda do Rei dos Gambos, que poderiam fazer o represamento de água para suster a zona sul e a montante da zona da Humpata também merecerão intervenções no sentido. EM/MS