Uíge - A fazenda Vila Nova, localizada no município sede da província do Uíge, perspectiva colher, até ao mês de Fevereiro deste ano, mais de 200 toneladas de milho, numa área de 65 hectares de terra.
No ano agrícola anterior, os 68 agricultores desse empreendimento agrícola colheram 100 toneladas desse cereal.
Em declarações à ANGOP, o responsável da fazenda Vila Nova, Almeida Lutucuta, justificou que o aumento da produção, no presente ano agrícola, deveu-se à aquisição de um tractor e aumento da mão-de-obra.
Nesta altura, os agricultores, que iniciaram a colheita de milho nos últimos dias, já colheram mais de 20 toneladas e perspectivam atingir, até ao mês de Fevereiro deste ano, mais de 200 toneladas desse produto.
Almeida Lutucuta justificou ainda que a intenção é produzir mais, “porque quanto maior for a produção, menor serão os preços de aquisição para a população. E esse é o “nosso desejo”, fundamentou.
Referiu que a fazenda produziu, no ano agrícola 2023/24, mais de 700 toneladas de produtos diversos, com realce para o repolho, tomate, berinjela, cebola e melancia.
Para este ano, adiantou que a perspectiva é dobrar a produção, sendo que, a partir de Fevereiro, dar-se-á início à plantação de várias culturas que se encontram nos alfobres (vivieros) da fazenda.
Como nem tudo é um mar de rosa, o acesso à fazenda Vila Nova apresenta enormes dificuldades, sobretudo nesta época chuvosa.
Como consequência, Almeida Lutucuta, que não precisou as quantidades produtos desperdiçados, disse apenas que houve perdas consideráveis de melancia, batata-doce e outros produtos que não foram escoados, devido ao mau estado da via.
Com a chuva fora do normal, neste mês de Janeiro, o acesso à fazenda Vila Nova não foi poupado.
Por essa razão, o fazendeiro já se mostra preocupado com escoamento do produto, para os mercados.
"Com o tractor que temos, carregamos entulho para tapar alguns buracos, mas tem sido um esforço incapaz de solucionar o estado "acentuado" de degradação da via.
Fazenda Vila Nova quer financiamento para transformação do milho
Para mitigar o esforço humano, a fazenda adquiriu uma pequena máquina debulhadora, utilizada para descarroçar milho. Com capacidade para debulhar uma tonelada desse cereal em cinco minutos, a máquina funciona a gasóleo e possui um motor adaptado.
"O avanço não parou por aqui, porque se tivéssemos uma moageira, depois de descarroçado, o milho seria transformado em fuba amarela e branca", disse.
Assim, continuou, não estaríamos a vender o milho em Luanda, que, depois de transformado na capital do país, regressa aqui como produto acabado e vendido localmente a um preço diferenciado, devido aos custos de transformação e de transporte.
Para a materialização dessa intenção, Almeida Lutucuta disse ser necessário um financiamento avaliado em 250 a 300 milhões de Kwanzas, para a aquisição de moageira e outros materiais utilizados na produção da fuba de milho.
Além da produção, explicou que os valores também serviriam para a aquisição de meios de transporte, essenciais para o transporte do produto aos mercados, assim como iria aumentar postos de emprego.
Criado em 2018, o empreendimento começou com três trabalhadores e hoje conta com mais de 60, que cultivam numa área de 98 hectares, num total de 240 hectares disponíveis. JAR