Samba Lucala - A Fazenda Samba Lucala, no município do Samba Caju, província do Cuanza-Norte, começou a colher 200 toneladas de trigo, numa área de 50 hectares.
A informação foi prestada à imprensa, este sábado, pelo director da fazenda, Firmino Dumbo, no final da cerimónia de abertura do ano agrícola 2024/2025, naquela unidade de produção.
Adiantou que o plantio foi feito em Junho, em regime experimental, e os resultados positivos alcançados vão encorajar o aumento da área de cultivo de trigo.
Esta é a primeira colheita de trigo registada na província do Cuanza-Norte, que não tem tradição no cultivo deste cereal.
Acrescentou que a safra corresponde à primeira produção desde que a gestão da fazenda passou para o Instituto de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), em Março deste ano.
A transferência da gestão da fazenda, da Gesterra para as FAA ,é o resultado de um protocolo entre os ministérios da Agricultura e Florestas e o da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, com o objectivo de desenvolver projectos agro-pecuários e industriais para o processamento de alimentos destinados às unidades militares.
Segundo o responsável, para a actual campanha agrícola, a decorrer em três fases, a unidade perspectiva produzir 500 toneladas de trigo, numa área de 194 hectares.
Prevê, igualmente, produzir cinco mil e 600 toneladas de milho, num espaço de 1300 hectares, seis mil toneladas de soja, em 50 hectares e 350 toneladas de feijão, numa área de 100 hectares.
Nesta campanha agrícola, a fazenda vai, também, experimentar o cultivo do arroz, numa área de 100 hectares, onde se prevê colher cerca de 400 toneladas.
Abertura da Campanha Agrícola
Por seu turno, o secretário de Estado para a indústria militar, Afonso Carlos Neto, que orientou a abertura da campanha agrícola, disse que o acto representa a aposta do Executivo na produção de alimentos.
Salientou que a solução para a insegurança alimentar que se regista, actualmente, no mundo, no geral, e em particular no país, passa pela produção agrícola.
De acordo com o responsável, além da alimentação da tropa, o excedente da produção desta fazenda estará virado ao mercado.
O empreendimento, constituído com capitais públicos, num investimento do Governo angolano de 54,6 milhões USD, possui uma capacidade de produção de 30 mil toneladas/ano de soja, feijão e milho.
O projecto está implementado numa área de 11 mil hectares. Desta, a fazenda explora, neste momento, dois mil hectares, dos quais mil e 300 irrigados e 700 em regime de sequeiro.
A fazenda dispõe de um sistema de irrigação assegurado por 23 pivots, uma barragem de contenção de água de 450 metros cúbicos e 18 metros de profundidade, área inundada de 516 mil metros cúbicos, uma estação de bombagem de 2.800 metros cúbicos/hora e 33 quilómetros de tubagem em PVC.
O projecto começou a ser implementado em 2016 e permitiu, até agora, a criação de 50 postos de trabalho.
Na altura sob gestão da Gesterra, a Fazenda Samba Lucala produziu, na época agrícola 2022/2023, 14 mil toneladas de cereais, sendo 9.498 toneladas de milho e 4.637 de soja, cultivadas num total de 2.554 hectares.
Governador testemunha início da colheita de trigo
Na ocasião, o governador do Cuanza-Norte, João Diogo Gaspar, que testemunhou o início da colheita, disse ser a primeira vez que a província regista a produção de trigo.
Encorajou as famílias a apostarem, igualmente, na produção deste tipo de cereal, tendo em conta a sua importância na dieta alimentar e por ser um produto de grande valor económico.
Sublinhou que os resultados da experiência da cultura de trigo são animadores e encorajadores.
Realçou, por outro lado, o engajamento da Fazenda Samba Lucala, na produção de cereais, como uma importante aposta para a garantia da segurança alimentar das famílias.
Acrescentou que a referida colheita demonstra que o país pode produzir para garantir a redução da importação e auto-suficiência alimentar.
“A única forma de combater a fome e a pobreza é apostar na produção em grande escala”, disse.
Defendeu que se deve continuar a incentivar os produtores para aumentar os níveis de produção.
Reafirmou a aposta do governo na melhoria das estradas e electrificação das zonas rurais, para permitir a produção em grande escala, levar aos campos os imputes agrícolas e o escoamento da produção.
João Diogo Gaspara reiterou, também, a abertura do governo local ao investimento privado externo, para alavancar a produção na região e o combate à pobreza. DS/IMA/YD