Benguela – A Fazenda Agro-Pecuária Nelson Rodrigues (NR), na província de Benguela, vai produzir 160 toneladas de arroz de terras altas este ano, visando fomentar esta cultura na região, soube a ANGOP.
A iniciativa piloto da Fazenda Nelson Rodrigues surge numa altura em que o Governo definiu a produção do arroz em larga escala como bandeira da campanha agrícola 2023-2024, no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
A informação foi avançada pelo empresário e proprietário da fazenda, Nelson Rodrigues, a propósito do evento denominado “Dia do Campo do arroz de Terras Altas – do Plantio à Mesa Dia de Campo”.
Para isto, disse estar preparada uma área de 20 hectares de terras aráveis, com sistema de irrigação gota-a-gota, para o início, dentro de dias, da produção experimental de arroz no Dombe Grande.
Segundo ele, a fazenda vai apostar em vinte variedades de arroz, que apresentaram resultados animadores durante os ensaios técnicos efectuados por uma equipa de pesquisadores da Universidade Federal de Lavras do Estado de Minas Gerais – UFLA, no Brasil.
Referiu que este arroz é de alta produtividade, pois cada hectare pode produzir até oito toneladas, daí o interesse que essa cultura está a despertar junto da comunidade local.
Neste quadro, destacou o desafio lançado pela Sociedade Jardins da Yoba e a Associação para o Agronegócio e Empreendedorismo – SEIVA, em parceria com a Universidade Federal de Lavras do Estado de Minas Gerais.
“Acabamos por aceitar o desafio para mostrar a toda comunidade que é possível cultivar arroz no Dombe Grande”, ressaltou Nelson Rodrigues, optimista de que, pelos resultados dos ensaios técnicos, a produção de arroz de sequeiro vai ganhar força nos próximos tempos.
Outro investimento da Fazenda Agrícola, indicou, é a produção de 150 hectares de feijão manteiga este ano.
Assistência técnica
Por sua vez, o vice-presidente da SEIVA, Romão Peixoto, considerou a fazenda agrícola Nelson Rodrigues um parceiro importante na dinamização da cultura do arroz no Dombe Grande, pelo que a instituição vai prestar todo o apoio técnico.
Afirmou que a região do Dombe Grande apresentou os melhores resultados na cultura do arroz de sequeiro comparativamente aos ensaios feitos pela UFLA na Huíla, Uíge e Malanje, sendo que nestas duas últimas províncias predomina o sistema inundado.
Deu a conhecer que a instituição vai apoiar também 20 famílias camponesas, as quais estarão engajadas na produção de uma parcela de 20 hectares de arroz em terras altas no Dombe Grande.
Com o tempo, Romão Peixoto prevê que as famílias camponesas possam aumentar a sua área de produção, de acordo com as condições financeiras que tiverem.
“Queremos mostrar que é uma cultura que as famílias podem fazer”, notou.
Deu conta de que, no quadro da parceria com o Grupo Carrinho, está assegurado o escoamento de toda a produção de arroz de terras altas na comuna do Dombe Grande.
“Temos aqui um embrião que vai permitir que outras regiões possam também começar a produzir o arroz de terras altas”, rematou.
O Dia do Campo do arroz de Terras Altas – do Plantio à Mesa foi uma promoção conjunta entre a Sociedade Jardins da Yoba e a Associação para o Agronegócio e Empreendedorismo – SEIVA, em parceria com a Universidade Federal de Lavras do Estado de Minas Gerais – UFLA, no Brasil.
O evento apresentou os resultados dos ensaios técnicos de melhoramento genético de 20 linhagens ou materiais genéticos (plantas de arroz) desenvolvidos pela UFLA, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, e EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). JH/CRB