Uíge - Instalada numa área de mais de 200 hectares, nos arredores da capital do Uíge, a fazenda Mawete aproveita 120 hectares para o cultivo de milho, 20 para mandioca, 15 de soja, 25 de pomar e 20 hectares em preparação para a produção de safú.
Para além destas culturas, o projecto agro-pecuário, que se estende à aldeia de Quibocolo, no município de Maquela do Zombo, conta com 70 tanques, onde são produzidos anualmente mais de mil toneladas de cacusso, enquanto na localidade de Quitexe cultiva-se café, numa área de 1.500 hectares.
Na capital da província, o projecto ocupa-se também no desenvolvimento da suinicultura, que já conta com mais de 500 porcos, criação e tratamento de cabrito, assim como a produção de cacau, batata, entre outras culturas.
Instalada desde 2007, a iniciativa, que congrega os serviços de hospedaria, restauração, piscina, parque infantil, entre outras instalações de lazer, conta com um total de 300 postos de trabalho.
A fazenda, além de ser atravessada pelos rios Mbaçassa e Loé, que a proporcionam abundância de recursos hídricos, possui solos ricos favoráveis ao desenvolvimento da agro-pecuária.
O projecto tem igualmente condições favoráveis para o desenvolvimento da actividade turística e hoteleira.
De acordo com o responsável do empreendimento, Mawete João Baptista, efectuam anualmente três colheitas de milho, estimadas em mais de 50 toneladas por trimestre e prevêem, na segunda safra deste ano, obter até 100 toneladas de milho.
O gestor revelou que a aposta não pára apenas na produção, pois adquiriram também máquinas para a transformação do milho e soja em ração animal, a fim de alimentar o peixe e o porco da fazenda. O excedente servirá para a venda.
“Para o consumo humano, nós temos o milho branco e amarelo que pensamos transformar em fuba de milho. A produção experimental inicia nos próximos três dias, disse o empreendedor, salientando que com a materialização desses projectos está-se a contribuir para o fomento agrícola, para a alimentação humana e a animal.
Considerou, igualmente, positiva a contínua aposta do Presidente da República de Angola, João Lourenço, no programa de diversificação da economia nacional, ou seja, fugir à dependência do petróleo.
Entretanto, disse ser importante que o Governo faça um levantamento de todos os agrónomos existentes no país, colocá-los nas regiões onde há maior necessidade, criar-se condições técnicas e tecnológicas, bem como medidas que poderão ajudar no desenvolvimento da agropecuária no país.
Mawete João Baptista fez saber que, no último mês de Fevereiro, houve uma estiagem, por isso só, se colheu cerca de 20 dos 120 hectares de milho e de soja plantados.
Explicou que a colheita é feita à mão, justificando que se houvesse máquinas de recolha, como em outras paragens, poderia facilitar tanto a fazenda, assim como as indústrias de Luanda que compram aqui o milho e a soja.
Por outro lado, indicou que estão a preparar as condições para que o Uíge produza mel, além do município de Quimbele, que já tem alguma produção familiar e individual.
Neste sentido, esclareceu que já se procedeu, na fazenda, à colocação de 30 colmeias, das 300 previstas.
“O que se pretende é produzir, transformar e, consequentemente, proceder à comercialização deste produto”, perspectivou o responsável
Ao contar a sua experiência como investidor, disse ter começado em 2007, na altura embaixador de Angola na República Democrática do Congo (RDC), motivado pelo amor à província onde nasceu. Fez saber que todo investimento feito até agora é por conta própria.
Em relação à área de formação, disse estar aberto a receber estudantes do curso médio ou superior de agronomia para a realização de estágios curriculares.