Benguela – A falta de mercado interno levou a uma perda de 300 toneladas de tomate na Fazenda Indu-Agri, localizada na comuna do Dombe Grande, município da Baía Farta, na província de Benguela, soube hoje a ANGOP.
De acordo com o empresário António Noé, proprietário daquela fazenda, vocacionada à produção de hortícolas, estes prejuízos, estimados em 40 milhões de kwanzas, são o resultado do descompasso entre a oferta e a procura.
Como a área cultivada está acima dos 14 hectares, com uma colheita prevista de 700 toneladas, o também agricultor ainda receia que essas perdas possam vir a ultrapassar as 300 toneladas.
“Ainda temos tomate a estragar-se no campo”, revela, acrescentando que, havendo financiamento, o caminho seria a transformação, no intuito de oferecer ao consumidor um produto de qualidade.
Segundo o responsável, os investimentos da empresa Indu-Agri rondam os 80 milhões de kwanzas para produção de tomate, sendo que cerca de 50 por cento se estragou por falta de mercado para o escoamento.
Tanto que, como referiu, dos mais de 70 milhões de kwanzas previstos em termos de retorno, a empresa conseguiu apenas 25 milhões do investimento, lamentando os prejuízos financeiros.
De qualquer modo, afiança que a elevada produção de tomate visa, no fundo, responder a um apelo das autoridades governamentais e o consumo interno está a absorver a maior parte.
A seu ver, a oferta é tanta, que reduziu a procura, já que todos os produtores apostaram no tomate, na ânsia de conseguir algum rendimento, o que acabou por inundar o mercado.
Este cenário, queixa-se, acabou por influenciar no preço. Por exemplo, uma caixa de 20 quilos de tomate, prevista inicialmente para cinco mil kwanzas, baixou para os setecentos a mil kwanzas, neste preciso momento.
Em face destes desperdícios cíclicos da produção de tomate, António Noé propõe como medidas de solução a criação de fábricas de transformação, de tal sorte a dar respostas à demanda, assim evitando a discrepância entre a oferta e a procura. JH/CRB