Lubango - A Fazenda “João de Sousa José”, de Caconda, na Huíla, quintuplicou o número de funcionários, graças a um financiamento de 264 milhões de kwanzas do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), que permitiu a aquisição de um conjunto de maquinaria agrícola.
O plano de negócios do produtor engloba ao todo 264 milhões 839 mil 260 kwanzas, dos quais 92 milhões de doação do PDAC, 118.173.293 kz do Banco de Fomento Angola (BFA) e 54.584.888 kz de fundos próprios, cujo projecto tem um período de implementação de quatro anos, em que o desembolso começou em Maio de 2024.
O investimento situa-se a sete quilómetros da sede municipal de Caconda, está focado na produção de milho, batata, soja, feijão e hortaliças. O número de empregados passou de cinco, em 2023, para 30 directos, este ano e 100 os indirectos.
Trata-se de uma fazenda que existe desde 2016 com uma área de 105 hectares destinados à agricultura, dos quais apenas 20 eram explorados, mas com o financiamento, o campo vai preencher toda área bruta, segundo o seu proprietário, João de Sousa José.
Em declarações à ANGOP hoje, quinta-feira, o responsável afirmou que com o financiamento estão a mecanizar a produção, que antes era rudimentar.
Disse já ter-se adquirido parte da maquinaria, como tractor, semeador, pulverizador, entre outros equipamentos, assim como permitiu a construção de um galpão e outras infra-estruturas de apoio.
Enalteceu a iniciativa do PDAC e encorajou o Governo a continuar, pois existem muitos produtores com vontade de crescer e ao viver num país em que a tendência é acabar com as importações, a produção local tem de aumentar e para isso é preciso mais incentivo à classe produtora.
Por sua vez, o coordenador do PDAC-Huíla, Agnelo Miguel, explicou que o apoio da sua instituição é gratuito, sem reembolso, pelo que o produtor só terá de devolver o valor da banca.
Considerou a iniciativa do produtor como “um caso de sucesso”, a julgar pelo aumento da produção , alargamento da área de cultivo e incremento de trabalhos directos e indirectos.
Fez saber que o PDAC já apoiou cinco projectos, dos quais de três que concorreram para o financiamento comparticipado e duas cooperativas na linha dos subsídios correspondentes “matching grants”.
O PDAC é um projecto do Ministério da Agricultura e Florestas que conta com o financiamento do Banco Mundial e da Agência Francesa de Desenvolvimento, com a finalidade de aumentar a produtividade dos agricultores comerciais e melhorar o acesso ao mercado.
A intervenção do PDAC centra-se em municípios das províncias da Huíla, de Malanje, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Bié e Huambo. O mesmo foi lançado em 2018, cuja execução está prevista até Novembro do ano em curso, num valor global reestruturado de 152 milhões de euros. EM/MS