Ondjiva- Duzentos hectares de solos aráveis estão em preparação para o cultivo de trigo de forma experimental na Fazenda Agro-industrial do Manquete, localizada no município de Ombadja, província do Cunene.
A produção de trigo é um dos grandes focos do Planagrão, lançado pelo Executivo angolano em Dezembro de 2022, que prevê aumentar a produção de cereais (trigo, arroz, soja e milho), dos actuais três milhões de toneladas/ano para seis milhões de toneladas, a partir de 2027.
A informação foi prestada esta quinta-feira à ANGOP, pelo técnico de projecto da empresa, Bruno Jamba, referindo que a produção primária do projecto é o cultivo de arroz, mas a região dispõe de condições climáticas favoráveis para cultura de trigo.
A fazenda dispõe de uma área de cultivo de mil e 100 hectares, divididos em quatro campos de produção, 200 hectares dos quais em fase de preparação, cujas sementes serão lançadas no mês de Maio próximo, disse.
Esclareceu que em Maio inicia-se o período do frio e os abundantes recursos hídricos, além dos solos férteis para fins agrícolas, são factores primordiais para que se abrace o projecto, de modo a permitir a rotatividade da cultura do arroz e do trigo nos campos de produção.
“Temos campo suficiente para dar resposta a qualquer tipo de cultura, e em 2023 realizamos o plantio de diferentes produtos como feijão, milho, sorgo, batata e hortícolas em 100 hectares e os níveis de colheitas foram acima da média” , ressaltou.
Argumentou que a configuração dos campos de produção possibilitam apenas produzir o arroz e o trigo em grande escala, porque o sistema de rega é por inundação e não por aspersão.
O objecto da fazenda é assegurar a produção agrícola de qualidade destinada aos órgãos de defesa e segurança no país.
O Complexo Agro-industrial, antes pertencente ao Fundo Soberano, está actualmente sob alçada do Ministério da Defesa, Antigos Combatentes e Veterano da Pátria, mediante o despacho presidencial n.º 132/18.
O projecto do Manquete foi aprovado em 2010 pelo Executivo angolano, ao abrigo da linha de crédito do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), com o objectivo de produzir cereais em grande escala no país e reduzir os índices de importação.
Com duas unidades de processamento e descasque, limpeza, branqueamento de embalagem e outros equipamentos, a implementação inicial do projecto teve um orçamento de 85 milhões, 511 mil, 446 e 97 dólares norte-americanos (um dólar vale em Kz 832,633).FI/LHE/AC