Ndalatando - Trezentos hectares de café serão cultivados na presente campanha agrícola 2021/2022, na fazenda “Irmãos Chaves”, no município de Lucala, a 38 quilómetros da cidade de Ndalatando (Cuanza Norte), no sentido de revitalizar a produção do grão na região.
Neste momento, decorrem trabalhos de desmatação e preparação da terra.
Em declarações à imprensa, o responsável da área de produção da fazenda, António José dos Reis Fidalgo, pontualizou que a aposta na cultura de café visa dar resposta à fraca produção que se tem registado nos últimos tempos na província, cifrada entre 600/700 toneladas por ano e satisfazer a procura no mercado.
De acordo com o responsável, a fazenda, que conta com um perímetro de mil hectares, prevê também o cultivo de milho.
Disse que oito hectares foram cultivados com hortícolas como couve, cebola, cenoura pimento, melancia, quiabo, abóbora e repolho.
Dados do Instituto Nacional do Café (Inca) no Cuanza Norte apontam a existência na região de mil e 200 produtores, dos quais 600 no activo.
Dos produtores activos, 221 encontram-se na região de Golungo Alto e Ngonguembo.
Este ano, na província do Cuanza Norte, os caifeicultores prevêem colher cerca de 600 toneladas. Em 2020, a safra foi de 700. A baixa de produção neste ano agricola deve-se à estiagem no pais de Dezembro de 2020 a Março de 2021.
O cultivo de café em Angola, nas suas regiões produtoras, tem um cariz económico e cultural. A produção é feita não apenas devido ao rendimento, mas também, para satisfazer hábitos e costumes adquiridos ao longo de gerações, tornando sustentável o sistema produtivo e a longevidade da cultura como riqueza intrínseca no meio rural.
O café, produto agrícola de consumo universal, pela qualidade e atributos da sua bebida, é uma cultura geradora de divisas, de rendimento familiar e de emprego cumprindo, assim, com os requisitos de um produto verde.
É cultivado na zona tropical e subtropical e é uma cultura que se adapta às várias condições ecológicas e métodos de cultivo.
Angola, antes da independência e das explorações de petróleo e de diamantes, foi o quarto maior produtor mundial de café e o primeiro ou segundo maior produtor africano alternando com a Costa do Marfim, com mais de 200 mil toneladas de café exportado, nos anos 70.
O desenvolvimento socioeconómico de Angola dependia desta actividade.