Luanda - A representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO) em Angola, Guerda Barreto, afirmou esta terça-feira, em Luanda, ser necessário apostar, cada vez mais, na formação do capital humano para o desenvolvimento das cadeias de valor agroalimentar.
Guerda Barreto, que falava no workshop sobre o “Papel das Instituições de Ensino Superior no Desenvolvimento do Agronegócio”, sublina que se precisa aproveitar o conhecimento local para encontrar as melhores soluções adaptadas ao contexto nacional, à realidade das comunidades e aos seus ecossistemas, para além dos desafios das mudanças climáticas.
“É importante aproveitar-se as bases sólidas em que foram instituídas as diversas universidades e institutos, bem como diversos centros de conhecimento, com as suas competências e filosofias de pensamento dos seus professores e alunos, caminho certo para alcançar a Agenda 2030 e os seus objectivos do desenvolvimento sustentável”, asseverou.
Referiu a existência de muitos desafios para atender uma agricultura mais competitiva e moderna, “nos diversos desafios das cadeias de valor, nas áreas de investigação, extensão, digitalização, industrialização e outras que sabemos que o sistema de ensino das ciências agrárias, biológicas, económicas, sociológicas e outras matérias podem suprir”.
BAD investe 120 milhões de dólares na cadeia de valor em Cabinda
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) está a investir cerca de 120 milhões de dólares na cadeia de valor na província de Cabinda, adiantou o representante reside do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para Angola e São Tomé e Príncipe, Pietro Toigo.
O projecto, cuja implementação está a volta de 20%, vai ser interessante porque apesar de Cabinda estar muito virada para produção petrolífera, tem muito potencial para exportação, como a madeira, em mercados importantes como RDC, para além de contribuir para a solução das importações domésticas.
Por outro lado, fez saber que outro investimento que está a ser feito é de cerca de 100 milhões de dólares, com o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), para alavancar a pesquisa tecnológica no país e facilitar o acesso das mulheres aos estudos da ciência, tecnologia e matemática.
Nesta senda, continuou, há um outro investimento de 20 milhões de dólares onde se está a trabalhar com o Ministério da Economia e Planeamento (MEP) e voltado ao Agriprodesi, com foco no apoio para pequenas e médias empresas.
Pietro Toigo, que falava no workshop sobre o “Papel das Instituições de Ensino Superior no Desenvolvimento do Agronegócio”, reconheceu existir um trabalho importante, feito pelo Governo angolano, para diversificação da economia, com impulso para aumentar o modelo de desenvolvimento diferente, menos dependente do petróleo.
“É um percurso longo e complicado. Estamos a andar na direcção certa, mas começou e aconteceu num momento de grande dificuldade, grandes choques na economia global. Falamos da baixa dos custos do petróleo, Covid-19 e agora crise da economia global e a guerra na Europa”, disse.
Destacou a existência de investimento no sector agrícola que “deve ser conectado com investimento alvejado no capital humano, tecnologia e na pesquisa para aumentar a produtividade do sector agrícola”.