Malanje- Cinquenta e quatro hectares de algodão foram cultivados em Janeiro deste ano no município de Cunda-dya-base por 160 famílias camponeses, que perspectivam uma colheita de 164 toneladas, a partir do próximo mês de Julho.
A produção enquadra-se no âmbito do Programa de Revitalização da Cultura do Algodão na Baixa de Cassanje, desenvolvido desde 2022 pela empresa Investimentos e Participações (IEP), detentora da TEXTANG II, mediante a entrega de imputs às famílias e posterior compra da produção.
Segundo o responsável de produção da IEP, Santos Gomes, a par dos 54 hectares, prevê-se cultivar nos próximos dias 46 novos hectares de algodão, com o envolvimento de outras 40 famílias, devendo ser colhidas mais 136 toneladas, perfazendo 300 toneladas para o presente ano agrícola.
Disse que a colheita estimada para este ano supera a de 2023, cifrada em 30 toneladas numa área de 60 hectares, cultivados por 83 camponeses.
Lembrou que, no ano transacto, as famílias arrecadaram cinco milhões 830 mil kwanzas com a venda de algodão à IEP, prevendo-se para este ano um valor de 117 milhões de kwanzas, tendo em conta a subida do preço do quilograma, que sai de 210 para 390 kwanzas.
Referiu, por outro lado, que o algodão produzido no município do Cunda-dya-base cobre apenas 30 por cento das necessidades da fábrica TEXTANG II, adiantando que a meta é atender 50 por cento.
Em 2025, a empresa perspectiva expandir a produção para os municípios do Quela e Cahombo, de modo a dinamizar a cultura de algodão na histórica região da Baixa de Cassanje.
Angola gasta, anualmente, cerca de 12 milhões de dólares com a importação de algodão, razão pela qual o Executivo criou estratégias para o empresariado apostar no relançamento dessa cultura no país que, na década de 70, era o quarto maior produtor do mundo, com 86 mil toneladas/ano.
Malanje figura entre as províncias com histórico e potencial para a produção do “ouro branco”, dispondo de uma área reservada de 250 mil hectares propícios para esta cultura na região da Baixa de Cassanje, que compreende os municípios de Marimba, Cunda-dya-base, Quela, Cahombo e Kiwaba Nzoji.
Actualmente, a indústria têxtil do país conta com três fábricas de tecidos, reabilitadas pelo Executivo, e que contam com o algodão produzido no país, nomeadamente a Satec (Cuanza-Norte), Textang II (em Luanda) e a África Têxtil (em Benguela), que se dedicam à fiação, tecelagem e confecções. ACC/NC/PBC