Lubango - Mil e trezentas famílias do município da Humpata, na província da Huíla, beneficiaram este mês, de 670 tambores metálicos herméticos para a conservação e um armazenamento adequado de sementes, numa iniciativa do Programa Fortalecimento da Resiliência Alimentar no Sul de Angola (FRESAN).
Trata-se de tambores de baixo custo e elevada durabilidade, adequado ao sector familiar, pois reduz as perdas pós-colheita, evita o uso de insecticidas, aumenta o tempo de conservação, protegendo o grão dos ratos e aumentando a disponibilidade de alimentos das famílias.
Os mesmos podem armazenar até 200kg de grão e para utiliza-lo, devem se acondicionados em locais elevados, para evitar contactos com a humidade, segundo directora municipal da Agricultura da Humpata, Flora Fernandes.
Em declarações à ANGOP, realçou que as mil 300 famílias foram seleccionadas em 19 associações organizadas e mais produtivas, das diferentes localidades do município.
Sublinhou que o agricultor quando colher a sua cultura, milho ou outros cereais, além daquilo que ele tirar para sua subsistência e venda, o restante deve guardar nos tambores, cujo objectivo é facilitar as comunidades a criar pequenos bancos de sementes, para campanhas agrícolas.
A responsável considerou que a iniciativa representa um passo significativo no apoio às comunidades locais, contribuindo para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável do Sul do país, pelo que as associações mais consolidadas receberam 38 tambores e as restantes 28 tambores cada.
Flora Fernandes apontou como métodos de conservação de sementes, a folha de eucalipto, cinza de madeira, gindungo, alho, terra de morro de salalé, e ao encher o tambor deve intercalar camadas de grão e a de materiais conservantes.
O FRESAN é uma iniciativa do Governo de Angola que teve início em 2018, com término previsto para este ano, financiada pela União Europeia e co-gerida e pelo Instituto Camões, I.P. que pretende contribuir para a redução da fome, da pobreza e da vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional no Cunene, na Huíla e no Namibe.
Trabalha no reforço da resiliência e da produção agrícola familiar sustentável, da melhoria da situação nutricional das famílias e do apoio ao desenvolvimento de capacidades nas instituições, com valor global de 65 mil euros, em benefício de 600 mil pessoas. BP/MS