Balombo - A fazenda Cachingongo, localizada no município do Balombo, província de Benguela, está com dificuldades de aumentar a sua produção devido a falta de crédito bancário, afirmou, esta segunda-feira, o seu sócio-gerente.
Segundo Martinho Cachingongo, que falava à ANGOP, tem cumprido com os requisitos orientados pela banca, desde 2011, mas questões burocráticas acabam sempre por inviabilizar o processo.
A fazenda produz milho, feijão, tomate, pimento, repolho e cenoura, a cada três meses, sendo uma parte para venda e outra para o consumo.
Como consequência da falta de investimentos, os dez funcionários que lá se encontram ainda trabalham com "material arcaico" (enxadas e catanas), num terreno de 50 hectares.
"Desta forma, o espaço fica subaproveitado, porque não conseguimos trabalhar a terra na sua totalidade. Às vezes temos de alugar um tractor para preparar o terreno e são despesas caras, porque a máquina paga-se por hora", lamentou.
Informou que já está registado na Direcção Municipal da Agricultura para beneficiar de máquinas, como as multi-cultivadoras e outros meios que têm sido distribuídos a crédito nos últimos tempos, pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), sem ter sido chamado até ao momento.
Outra situação que dá "dor de cabeça" a Matinho Cachingongo, é a aquisição dos fertilizantes.
"Normalmente compramos nas lojas a 33 mil Kwanzas o saco ou no mercado, a 35 mil Kz", esclareceu.
O fazendeiro explicou que precisa de 50 sacos de 12/24/12 para cobrir o plantio da sua propriedade, mas tem conseguido apenas doze e, neste tempo de chuvoso, coloca-se três vezes a cada safra.
Questionado sobre a facilidade proporcionada pelo FADA sobre a venda de fertilizantes com pagamento a prestações, Martinho Cachingongo disse desconhecer a existência desta modalidade no Balombo.
No que toca às sementes, fez saber que uma lata de um kg de pimento custa 12 mil kwanzas e para a mesma quantidade de repolho tem de desembolsar 60 mil Kz.
Ainda sobre despesas, referiu-se também sobre os pesticidas, informando que o produto para a tuta, insecto que destrói o tomate, custa à volta de 50 mil kwanzas.
"Uma caixa com dez latas de pesticida normal custa entre sete, nove e 12 mil kwanzas”, referiu.
Para escoamento dos produtos, tem alugado motorizadas de três rodas, vulgo "caleluia", que transportam a mercadoria até ao lugar onde possa ser carregado em carrinhas de três mil e 500 quilos, devido às más condições da via de acesso.
"Do Balombo a Benguela, pagamos entre 100 a 120 mil kwanzas pelo frete", afirmou.
Tem como mercados a própria sede do Balombo, a comuna do Monte Belo e os municípios do Lobito e Benguela.
O proprietário da fazenda informou que tem escoado em média oito toneladas de feijão a cada safra, quinze de milho e dezasseis de repolho.
A fazenda Cachingongo, em funcionamento desde 2004, está localizada a onze quilómetros da vila do Balombo.
Revelou que, caso conseguisse financiamento, daria prioridade à aquisição de uma moto-bomba com capacidade suficiente para tirar água do rio Kwemba, que fica a escassos metros da sua propriedade.
O município do Balombo, com terrenos férteis devido a abundância de água, tem 75 por cento da sua população envolvida na actividade agrícola, segundo dados da Administração local. TC/CRB