Huambo – Trinta ex-militares da província do Huambo receberam, esta quinta-feira, kits para o fomento da produção agrícola e da rentabilidade comercial, no âmbito do processo de reintegração socioeconómica desta franja da sociedade, soube a ANGOP.
Trata-se de 11 kits agrícolas (fertilizantes, sementes, motobombas, carrinhas de mão, pulverizadores e equipamentos de trabalho) e 19 para o comércio, entre bens alimentares e bebidas, entregues pelo secretário de Estado para Acção Social, Lúcio Gonçalves Amaral.
A distribuição dos bens, em acto testemunhado pelo secretário de Estado para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos André Tchikanha, e pelo vice-governador do Huambo para os serviços Técnico e Infra-estruturas, Elmano Francisco, encerrou o processo de reintegração socioeconómica dos ex-militares na província do Huambo.
Na ocasião, o secretário de Estado para Acção Social, Lúcio Gonçalves Amaral, disse que o processo de reintegração social e produtiva dos ex-militares constitui um pilar fundamental para o reforço da paz, harmonia e coesão nacional, bem como para a consolidação do processo democrático do país, daí ser uma prioridade do Executivo.
Lembrou que o processo de reintegração teve início em 1992, onde se previa o enquadramento de 241 mil 400 ex-militares, licenciados no âmbito dos acordos de paz, designadamente de Bicesse, Lusaka, Luena e do Memorando de Entendimento do Namibe.
Do total, disse, até 2017, foram reintegrados e registados no Sistema de Informação e Gestão (SIG), um total de 160 mil 863 ex-militares, tendo faltado, na altura, 80 mil 537 para a execução no período 2018-2022, dos quais foram reincorporados 14 mil 226, incluindo os 30 beneficiários de hoje no Huambo.
Lúcio Gonçalves Amaral disse que, dada a necessidade de aceleração do processo e a actualização do Sistema de Informação para Gestão, levou a cabo o recadastramento do efectivo remanescente, tendo aferido estarem por se reintegrar cinco mil 749 ex-militares.
Informou que, para a protecção, dignidade e conclusão do processo, o Executivo angolano disponibilizou 604 tractores e respectivas alfaias, que têm permitido a inclusão dos ex-militares, com o aumento da capacidade produtiva das cooperativas constituídas por este segmento da sociedade, para o cumprimento das metas preconizadas.
Acrescentou que, no caso particular da província do Huambo, a meta do período 2018-2022 era de cinco mil e 70 ex-militares a reintegrar, o que ficou reduzido para 153 com o processo de recadastramento, através do apoio do Sistema de Informação para Gestão.
O responsável disse que 38 cooperativas agrícolas de ex-militares na província do Huambo beneficiaram de 41 tractores, para o fomento da produção, a par de outros programas, num universo de 391 beneficiários, incluindo os elegíveis, cujo processo termina hoje.
Fez saber que o Huambo é a quinta província a encerrar o processo de reintegração dos ex-militares, depois do Bié, Moxico, Zaire e Uíge, respectivamente.
Afirmou que a conclusão do processo é resultado do trabalho de uma equipa multidisciplinar, em obediência ao Titular do Poder Executivo angolano, João Lourenço, que elegeu a reintegração dos ex-militares, como uma das prioridades para o mandato findo (2017-2022).
André Leonardo, em representação dos demais beneficiários, disse ser um dia histórico para os contemplados licenciados aos abrigos dos vários acordos de paz, rubricados no país.
Referiu que muitos dos beneficiários têm acompanhado, ao longo do tempo, os apoios que o Executivo angolano tem direccionado para os ex-militares, daí ser o momento de júbilo, pois nunca perderam a esperança de que um dia haveria, também, de ser contemplados.
Com os apoios agrícolas e de comércios recebidos, disse, poderão aumentar as actividades de geração de rendimento para o auto-sustento diário da família.
Com uma extensão territorial de 35 mil 771 quilómetros quadrados e uma densidade populacional acima dos dois milhões 600 mil habitantes, a província do Huambo é composta, administrativamente, por 11 municípios, 37 comunas e três mil 387 aldeias.
