Subida de preço da ração limita progresso da piscicultura no Cuanza-Norte

     Agricultura              
  • Cuanza Norte • Quarta, 24 Julho de 2024 | 16h20
Aquicultura (ARQUIVO)
Aquicultura (ARQUIVO)
António Escrivão- ANGOP

Ndalatando – O número de piscicultores na província do Cuanza- Norte reduziu de 30, em 2014, para13, este ano, por dificldades de aquisição de ração, em função da subida dos preços.

Das 13 cooperativas e uma associação que praticam a actividade, actualmente, uma cooperativa  e uma associação estão activas.

Em entrevista à ANGOP, sobre a actividade na província, o responsável do Departamento de Pescas, Patrício de Andrade Constantino, informou que em 2014, altura em que surgiu o Programa Nacional de Piscicultores, o fornecimento de ração era assegurada pelo estado.

Com a liberalização do mercado, continuou, a comercialização de ração para peixes passou para a gestão privada .

Afirmou que o elevado preço praticado no mercado, dificulta a aquisição de ração, levando ao abandono da actividade.

O responsável do sector das Pesca, informou que a província do Cuanza-Norte possui condições para a execução de projectos no domínio da aquicultura de tangíveis repercursões para a economia do pais.

Ressaltou que há um potencial de recursos hidricos com fortes probabilidades para a realização da piscicultura em pequenas, médias e grande escala.

 No Cuanza Norte existem 36 lagoas, das quais 32 no município de Cambambe, 41 rios, dois dos quais navegáveis, o Kwanza e o Lucala.

Disse que a actividade pode ser praticada por camponeses, agricultores em toda a província.

As espécies produzidas na piscultura são cacusso e bagre com maior realce para o cacusso(tilapia),  comercializado, sobretudo, em Luanda.

A actividade gerou na província aproximadamente 19 postos de trabalho. Indicou os municípios da Banga, Cambambe,Cazengo e Lucala  que mais se dedicam à piscicultura.

Impacto da Actividade

Segundo Patrício Constantino, a piscicultura comunal ou comercial pode ser um negócio e ajuda a melhorar a dieta e renda das famílias.

A actividade ajuda ainda a valorizar a terra abandonada que já não serve para a prática da agricultura, previne a erosão(ravinas) e evita a contaminação e assorriamento dos rios.

A piscicultura também ajuda a melhorar o meio ambiente através do repovoamento dos rios, lagos, lagoas e mares como alevinos (peixinhos) de cultivo, assim como permite fazer o uso racional e eficiente dos recursos hidricos, produzindo organismos aquáticos.

Infraestruturas do sector

Quanto à empreendimentos, a província tem o Centro Nacional de Larvicultura do Mucosso, em Massangano, que suporta o fornecimento de alevinos aos produtores.Com capacidade de produzir dois milhões de alevinos por ano – larvas e pré-larvas de peixes –  o Centro de Larvicultura do Mucoso foi o primeiro a ser inaugurado no pais, em 2014.

Existe também na província o Centro de Produção de Spirulina e Aquicuiltura,  no município de Cambambe .

O Programa de Fomento Nacional da Piscicultura, cujo lançamento ocorreu na lagoa do Ngolome, Cambambe, existe desde 2014. IMA/YD





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