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Empresa estuda produção de arroz e trigo

     Agricultura              
  • Huíla • Sexta, 06 Janeiro de 2023 | 14h07
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Amostra de arroz de uma fazenda, no planalto central
Amostra de arroz de uma fazenda, no planalto central
Tarcísio Vilela/ANGOP
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Produção de trigo no Bié
Produção de trigo no Bié
Bartolomeu António-ANGOP

Lubango - Um trabalho de investigação sobre o arroz e trigo está a ser desenvolvido pela empresa Jardins da Yoba, nas províncias de Malange, Moxico e Bié, em função da prioridade das culturas projectadas para Plano Nacional de Fomento Para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO).

Em declarações à ANGOP hoje, no Lubango, o director-geral da empresa Jardins da Yoba, João Saraiva, afirmou que o trabalho de investigação está a ser feito no âmbito de uma cooperação existente com a Universidade Federal de Lavras do Brasil.

Declarou que o arroz terá como agente estratégico a província de Malange e do Moxico, ao passo que o trigo, a do Bié.

Detalhou que já estão a fazer a experimentação de variedades tropicais de trigo e de arroz provenientes do Brasil para estudar as que estão mais adaptadas às pragas e doenças, bem como as condições climatéricas do país que condicionam estas culturas.

Acrescentou que depois de identificarem qual é que é o material genético funcional, vão desenvolver variedades específicas para Angola e iniciar operações de multiplicação de sementes em Malange ou do Moxico para o arroz e do Bié para o trigo.

João Saraiva acredita que com o PANAGRÃO e os programas sectoriais, no âmbito da agricultura familiar, rapidamente, atingirá a sustentabilidade e o país vai deixar de depender das importações de milho e batata-rena.

No caso da soja, admitiu que será mais difícil substituir em tão pouco tempo a sua exportação, assim como o trigo, porque o país tem um consumo “muito elevado”, mas vai atingir os 50 por cento da responsabilidade de fornecer ao país com o tempo.

Já o arroz, apontou ser um dos investimentos mais complicados porque tem que se ter canteiros de produção, investimentos dispendiosos em sistemas de irrigação, não obstante de que ainda importa-se muito arroz, situação que poderá mudar em 15 ou 20 anos.

“Queremos atingir a nossa sustentabilidade de soja em dez anos, o milho dentro de dois ou três anos, o trigo é uma cultura nova e que nós queremos trazer novas variedades, há um trabalho técnico específico que deve ser feito a nível do fomento, investigação e área estruturada”, manifestou.

Referiu ser quase impossível substituir a importação na totalidade, mas vão garantir uma substituição significativa da importação e com esforços estruturados, o país pode substituir 50 por cento.

Sublinhou que para tudo isso acontecer de forma célere, estão a fazer o levantamento e estabelecer parcerias  para trabalhar e posteriormente alargar para outras províncias do país.

O PLANAGRÃO é uma iniciativa do Governo angolano que prevê produzir, no quinquénio 2023/2027, seis milhões de toneladas de cereais, desde trigo, arroz, soja e    milho, numa altura em que o país produz  3,14 milhões de toneladas de grãos  no mesmo  período de tempo.

O plano, inicialmente, vai ser desenvolvido nas províncias do Moxico, Lunda Norte, Lunda Sul e Cuando Cubango, numa área de dois milhões de hectares, com um custo global estimado em 1, 6 mil milhões de kwanzas.    

 





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