Lubango - A empresa Jardins da Yoba está a desenvolver um projecto de integração produtiva e fomento da produção no Perímetro Irrigado das Gangelas, que numa 1ª fase, a arrancar no início de 2025, vai abranger 40 famílias agrícolas, que vão explorar em 200 hectares.
Trata-se de uma iniciativa que prevê ser uma réplica da cooperativa técnica do Dombe Grande (Benguela), implementada pela empresa e parceiros, em Maio do ano em curso, que alberga 11 produtores, em 135 hectares, com resultado de pelo menos 240 toneladas de feijão já colhidas.
A informação foi avançada à ANGOP hoje, segunda-feira, nesta cidade, pela directora executiva da empresa Jardins da Yoba, Creusa Walter, ressaltando que pretende-se criar uma cooperativa técnica no perímetro, onde cada membro vai explorar cinco hectares, pois entendem que o desenvolvimento da agricultura faz-se através da integração produtiva.
Declarou que tal integração produtiva só é possível com o estabelecimento de cooperativas técnicas, visando unir pequenos produtores para optimizar a produção e o escoamento destes produtos, é uma inclusão que vai garantir uma economia de escala, acesso a tecnologia e inovações, bem como melhor planeamento da produção para os próprios agricultores.
Manifestou ser uma região caracterizada por períodos de seca e baixa produtividade agrícola, pelo que a exploração do Perímetro Irrigado das Gangelas é essencial para o empoderamento rural, devido ao seu grande potencial para transformar a agricultura local com fomento do empreendedorismo jovem e da capacitação do capital humano.
Ressaltou que, como empresa “âncora”, um dos seus papéis é de fornecer sementes e insumos para que estes produtores possam produzir e aliados à Associação para o Agro-negócio e Empreendedorismo, por isso vai fazer a assistência técnica e a extensão rural desses produtores.
Depois desta etapa, segundo Creusa Walter, entrariam na do processo de escoamento, comprando a produção destes produtores ou facilitando a distribuição da mesma via mercado de consumo no sudoeste de Angola.
Explicou que o projecto tem inicialmente duas fases, uma referente a criação da cooperativa no perímetro com as 40 famílias, caso for um sucesso, pretendem avançar para uma 2ª, da criação de um sistema integrado de produção com assistência técnica e extensão rural para mais de mil agregados do município da Chibia.
Acrescentou que esta segunda fase iria ser feita nas margens dos rios Caculuvar e Tchimpumpunhino, numa abrangência de pelo menos 10 mil hectares, junto à fazenda Chaungo, da empresa, na Chibia.
O perímetro das Gangelas ocupa um espaço bruto de seis mil 220 hectares, sendo mil 525 irrigados e conta com mais de 50 produtores, entre agricultores familiares e empresariais que exploram pelo menos mil 992 hectares do local.
O espaço é alimentado por águas provenientes da barragem das Gangelas e possui infra-estruturas de apoio à produção agrícola, como o canal, uma estação de bombagem, tanques, residências, entre outros equipamentos, para além de uma mini-hídrica e motobombas que foram vandalizadas ao longo dos anos. EM/MS