Lobito – A excessiva burocracia para disponibilização do crédito agrícola está a condicionar o aumento da produção na fazenda D 4 Reis, localizada na Hanha do norte, município do Lobito, província de Benguela, soube esta segunda-feira a ANGOP.
Essa informação foi avançada pelo seu sócio-gerente, Anselmo Borges, referindo que projectam produzir diversas culturas numa extensão de 150 hectares, mas, caso tivessem acesso ao crédito bancário, poderiam aumentar para 400 hectares.
O fazendeiro justificou que, caso tenha o crédito, sem burocracia e com reembolsos estipulados com taxas de juro mínimas, eles terão maior aderência.
Segundo Anselmo Borges, o que faz o produtor recuar é a excessiva burocracia.
"Não interessa solicitar um crédito de 100 milhões de kwanzas e demorar uma eternidade para recebê-lo, mesmo depois de várias exigências, quando o nosso investimento, de forma particular, para este ano, foi de 280 milhões de Kz", comparou.
Na sua óptica, caso as instituições financeiras disponibilizassem pelo menos até 300 milhões de kwanzas, a sua fazenda poderia chegar facilmente a uma produção de 400 hectares.
O fazendeiro informou que a D 4 Reis possui campos agrícolas em lugares diferentes, produzindo pimento, feijão, cebola e tomate.
"Estamos a produzir bastante pimento", afirmou, acrescentando que na comuna do Dombe estão a colher 75 hectares de feijão.
Sobre a venda dos produtos, disse ter como destinos, principalmente, as províncias do Moxico e do Cuando Cubango, bem como a República Democrática do Congo (RDC).
Anselmo Borges realçou também as dificuldades para aquisição de fertilizantes e insecticidas.
"Na semana passada, compramos o saco de 50 quilos de ureia a 32 mil e 430 kwanzas, mas hoje já custa 35 mil e 748 Kz", pontualizou.
Referiu-se também sobre as perdas por conta de situações climatéricas e pragas.
A propósito, revelou que a sua empresa fez um investimento de 20 milhões de kwanzas, mas houve falha na rega e na aquisição de alguns insecticidas que não tinham boas substâncias activas, o que resultou num prejuízo de dez milhões de Kz.
"Temos de ser persistentes. O que perdemos hoje, podemos ganhar amanhã", afirmou optimista.
"Solicitamos ao Executivo que arranje formas de baixar o valor dos inputs agrícolas, já que se pretende aumentar a produção nacional", declarou.TC/CRB