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Defendida pesquisa para melhor proveito do PLANAGRÃO

     Agricultura              
  • Huíla • Quinta, 04 Maio de 2023 | 15h44
Francisco Kambanda - vice-reitor da UMN para os Assuntos Académicos
Francisco Kambanda - vice-reitor da UMN para os Assuntos Académicos
Amélia Oliveira - ANGOP

Lubango - Para haver melhores benefícios do melhoramento genético de plantas e do PLANAGRÃO é essencial investir-se na pesquisa e nas infra-estruturas agrícolas, considerou o vice-reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo para os Assuntos Académicos, Francisco Kambanda.

O académico falava no workshop sobre o melhoramento genético de plantas, com a introdução de programas de selecção e melhoria das culturas de milho, soja, trigo e arroz, no âmbito do Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos, promovido pelo Governo e coordenado pela empresa Jardins da Yoba.

Francisco Kambanda afirmou que são necessários recursos financeiros, científicos e humanos para fortalecer os programas de pesquisa, estabelecer parcerias com instituições nacionais e internacionais, bem como capacitar os agricultores em técnicas avançadas de melhoramento genético.

Referiu que na necessidade da capacitação dos agricultores em técnicas avançadas de melhoramento genético, deve-se considerar o conceito de educação ao contrário da extensão, na medida em que deve ser compreendida na perspectiva de humanizar o homem na acção consciente para transformar a agricultura em Angola.

Na perspectiva académica, disse que0 o conceito de extensão engloba acções que transformam o camponês em “coisa”, objecto de planos de desenvolvimento que o negam como ser da transformação do mundo e no caso vertente, da agricultura em Angola.

“O mesmo conceito substitui a educação pela propaganda que vem de um mundo cultural alheio, não lhe permitindo ser mais do que um depósito que receba mecanicamente aquilo que o homem “superior” (o técnico) acha que o camponês deve aceitar para ser “moderno”, continuou.

Recomendou que no exercício de capacitar os agricultores em técnicas avançadas de melhoramento genético, é aconselhável exercitar o diálogo entre as culturas, a chamada ecologia de saberes.

Disse que no contexto do PLANAGRÃO em Angola, o melhoramento genético de plantas tem um papel fundamental no desenvolvimento e investigação das culturas escolhidas para impulsionar a produção agrícola no país.

O melhoramento genético das plantas busca por variedades de culturas mais produtivas, resilientes e adaptadas às condições locais, a fim de melhorar a produtividade, a resiliência às doenças e pragas, tolerância à seca e mudanças climáticas, bem como aperfeiçoar a qualidade nutricional das culturas.

“Ao praticar-se o melhoramento genético de plantas como base para o desenvolvimento e investigação das culturas do PLANAGRÃO pode se alcançar em pouco tempo avanços significativos no desenvolvimento de culturas mais produtivas, busca pela preservação dos recursos naturais e sustentabilidade agrícola”, avançou.

Workshop aborda melhoramento genético de plantas

Cento e 39 pessoas, desde estudantes de diversas instituições de ensino na província, ligadas à agro-pecuária, associações empresariais, cooperativas, organizações de produtores, instituições de investigação, agências de desenvolvimento participam da acção formativa que tem a duração de três dias.   

Durante os três dias vão ser debatidas temáticas como os desafios do melhoramento genético no século XXI e sua importância na sustentabilidade dos sistemas alimentares globais, importância da academia nos programas de investigação e melhoramento de plantas, estudos de adaptabilidade de variedades de milho e feijão em Angola.

O melhoramento genético do arroz, do milho e da soja, e estruturação de um programa de selecção, biotecnologia nos planos de escolha, são dentre outras temáticas a serem abordadas no encontro.

A formação engloba ainda uma visita de campo à fazenda Chaungo, no município da Chibia, da empresa Jardins da Yoba e registo de dados em ensaios multilocais de milho.

A formação tem como parceiros a UMN, os programas de Fortalecimento da Resiliência, Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC) Universidade Federal de Lavras (UFLA) do Brasil, a Associação dos Profissionais Agro-pecuários (Aprofagro) de Angola e o Instituto de Investigação Agronómica (IIA). EM/MS





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