Menongue - O Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) está empenhado no relançamento da produção de arroz e na implementação de medidas para a mitigação dos efeitos da estiagem na província do Cuando Cubango, informou o director-geral desta instituição, Felismino da Costa.
Em declarações, terça-feira, à imprensa, no final de uma visita de campo ao interior da província, Felismino da Costa disse tratar-se do cumprimento de uma orientação e directiva do Ministério da Agricultura e Florestas, consubstanciada na identificação e acompanhamento de pequenas iniciativas e determinados grupos comunitários, para dar corpo às iniciativas com os apoios necessários.
A propósito, informou que manteve, no município do Cuito Cuanavale, contacto com os agricultores particulares, famílias e cooperativas envolvidas, um exercício repetido no Serviço Penitenciário local, onde os reclusos estão envolvidos num trabalho de produção de arroz em grande escala.
“O Serviço Penitenciário está a desenvolver um trabalho muito promissor. Existem cooperativas de mulheres a realizarem a produção de arroz em grande escala, o que é muito relevante para o desenvolvimento da produção do arroz a nível do Cuando Cubango”, destacou.
O director sublinhou que a província do Cuando Cubango já está na geografia do arroz, a julgar pelo seu potencial e o número de produtores envolvidos no processo, tendo, por isso, no Cuito Cuanavale, deixado quatro mestres de escolas de campo.
Explicou que os técnicos estão a trabalhar com as comunidades na organização do processo produtivo, tendo precisado que, na orla fronteiriça, foram visitados os municípios do Calai, Cuangar e Dirico, onde se constatou que os efeitos da estiagem atingiram impactos superiores ao dos anos anteriores.
Na campanha agrícola 2023/2024 foram preparados mil 105 hectares, dos quais espera-se uma colheita de mais de duas mil toneladas de arroz. Os campos de produção do cereal estão localizados no município do Cuito Cuanavale, Menongue e Cuchi.
Entrada em funcionamento do MOSAP III melhora níveis de produção
O director Felismino da Costa admitiu que com o lançamento feito do MOSAP III, projecto de desenvolvimento da agricultura familiar e comercialização, iniciado este ano e que se estenderá até 2029, haverá melhoria dos níveis de produção, por meio do aumento da capacidade técnica e assistência à extensão rural.
Indicou que o MOSAPIII abarca um conjunto de metodologias de campo que serão disseminadas às famílias, que vão desde os bens a produzir, locais específicos, tempo, comercialização, gestão, mobilização de insumos e acesso aos mercados.
Informou que na maioria das localidades visitadas não tem um ponto para a compra de fertilizantes e sementes, enxadas e tudo o que é preciso para realizar o processo produtivo, assegurando que o MOSAP III vai trabalhar com todos os fornecedores no sentido da capitalização da sua rede comercial, para que, com a venda do seu produto, os agricultores possam ter o mínimo à sua disposição.
Segundo o gestor, o programa vai trazer valências em termos de estruturação e organização de todos os produtores, por meio do registo nacional do produtor, o que vai fazer com que toda a família e pequeno produtor sejam devidamente cadastrados, permitindo levar o conhecimento mais de perto de quem é assistido.
De referir que o MOSAPIII é financiado pelo Banco Mundial, com um orçamento avaliado em 300 milhões de dólares para beneficiar mais de 150 mil famílias em todo o país.
Nesta primeira fase, o MOSAP III, para além da província do Cuando Cubango, abrange as províncias do Cunene, Namibe, Huíla e Malanje, sendo que a segunda fase será para as províncias do Huambo, Bié, Luanda, Bengo, Benguela, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico, atingindo treze das 18 províncias.
De referir que, na segunda fase do projecto em menção, foram abrangidas as províncias de Luanda, capital do país, do Cuanza-Sul, Lundas Norte e Sul, Moxico, Malange Huambo e Bié. MSM/ALK/PLB