Sumbe – Duas mil e 970 toneladas de café comercial, plantadas numa área de 20 mil hectares, começaram a ser colhidas, esta semana, pelos cafeicultores da província do Cuanza-Sul.
A presente colheita representa um aumento de mil e 70 toneladas, comparativamente a campanha 2023.
A abertura da campanha, que teve lugar no município da Quilenda, onde foram cultivados mil e 341 hectares para a colheita de 390 toneladas de café, coube ao vice-governador provincial para o Sector Técnico e Infra-estruturas, Heitor Alfredo.
No município do Amboim (Gabela) das 170 fazendas de café cadastradas apenas 30 produzem com regularidade, numa área de dois mil e 500 hectares, cultivados por camponeses familiares e empresas agrícolas.
Em 2020, a província colheu três mil toneladas de café comercial, produzidas numa área de 18 mil hectares, com o engajamento de seis mil e 874 produtores familiares e 272 empresas.
Nesse período, o Instituto Nacional do Café distribuiu 180 mil plantas de café de variedades arábicas e robusta a pequenos produtores das mais de três milhões de plantas de café em viveiro.
Para a sustentabilidade da produção, o INCA iniciou a distribuir oito tabuleiros de secagem, com capacidade de 600 quilogramas cada, no município do Cassongue, a 30 de Maio de 2020, com vista a melhorar a qualidade e conceder um valor acrescentado ao produto para o mercado interno e externo.
O projecto, que abrangeu as principais zonas produtoras do café no Cuanza-Sul (Cela, Amboim, Cassongue e Quibala), beneficiou 500 famílias cafeicultoras, que deixaram de secar o café com recursos a métodos tradicionais.
A produção de café no Cuanza-Sul começou na comunidade do Assango, município do Amboim (Gabela), desde 1893 até 1923, com a produção de uma tonelada e meia deste produto comercial, cultivada por três mil famílias na altura.
Com a conclusão do Caminho-de-Ferro, em 1923, a produção foi aumentando, atingindo sete mil toneladas, que gradualmente eram armazenadas na cidade do Porto Amboim, para exportação para Portugal, Estados Unidos da América, Inglaterra e Holanda.
Em 1960, a produção atingiu 14 mil toneladas, enquanto na década de 70 chegou a 40 mil toneladas, fruto da melhoria do comércio rural. Após a Independência de Angola, a produção caiu e só em 1980/1990 passou-se a produzir perto de 700 mil toneladas. LC/QCB