Benguela - Três cooperativas sedeadas nos municípios do Bocoio, Lobito e Benguela assinaram esta quinta-feira, nesta cidade, contratos com o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) para recepção de tractores e motocultivadoras, soube a ANGOP.
Trata-se das cooperativas "Havemos de Voltar", de Benguela, "Comandante Saraiva", do Bocoio, e "Mulheres Rurais", do Lobito, que prometem, deste modo, incrementar a produção agrícola através da mecanização.
Na ocasião, o vice-governador de Benguela para área técnica e infra-estruturas, Adilson Gonçalves, afirmou que o Executivo tem trabalhado com o FADA no sentido de agregar mais-valia a nível dos equipamentos agrícolas.
"Queremos cada vez mais apoiar os pequenos agricultores, organizados em cooperativas, com vista a começarmos a mecanizar a agricultura familiar", disse.
Adilson Gonçalves defendeu ainda que, com a aquisição desses equipamentos, aliado à formação, os utentes estarão melhor preparados para combater a fome e a pobreza.
Em reacção, o representante da cooperativa "Havemos Voltar", João Lunanda, manifestou a sua satisfação, alegando que o tractor recebido vai aliviar os custos de produção.
"Para trabalhar a terra, apenas numa passagem, tínhamos de pagar quarenta mil kwanzas pelo aluguar um tractor, mas para o perímetro estar em perfeitas condições para plantação, são necessárias duas a três passagens", referiu.
A cooperactiva Havemos de Voltar tem 40 hectares distribuídos por 42 membros.
Por sua vez, o representante da cooperativa "Comandante Saraiva, do Bocoio, Adelino Colila, também mostrou-se satisfeito porque os seus associados deixarão de cultivar os 100 hectares manualmente.
Além da redução de esforço, prometeu trabalho para aumentarem os níveis de produção e contribuirem no aumento da oferta de produtos do campo no mercado benguelense e não só.
Entretanto, durante o acto simbólico, presenciado por membros do FADA, IDA e do Governo Provincial, a cooperativa "Zona Verde", do município de Benguela, recusou-se a assinar o contrato, justificando a sua preferência por motobombas, fertilizantes e outros insumos para rentabilizar os seus 140 hectares de terra.
Artur Alfredo, seu representante, afirmou que a iniciativa do FADA é bem vinda, mas considera que, apenas com esses equipamentos, a coopetativa não poderá pagar os créditos.
"Os tractores e a motocultivadoras ajudam apenas na preparação da terra, mas o que precisamos é de material para o sistema de irrigação e adubo para desenvolver as culturas para comercializar. Aí sim, poderemos ter dinheiro para honrar esse compromisso", justificou.
Este programa, lançado pela primeira vez a 23 de Janeiro deste ano, na província do Namibe, é de âmbito nacional, abrangendo também o Bié, Cuanza Sul, Huambo, Huíla, Malanje e Uíge, por apresentarem maiores índices de produção agricola.
O Programa visa aumentar a produção e produtividade dos agricultores familiares por meio da disponibilização de equipamentos mecanizados.
Benguela é a segunda província a beneficiar do programa, com a distribuição de cinco tractores e doze motocultivadoras para os municípios do Lobito, Bocoio, Ganda e na sede. TC/CRB