Huambo – Quinze cooperativas agrícolas dos municípios do Bailundo, Caála e Longonjo, província do Huambo, receberam, este ano, microcrédito de 28 milhões, 333 mil e 62 Kwanzas, no âmbito do projecto Caixa Comunitária da ADRA.
Em declarações à ANGOP, este domingo, a directora local da organização não-governamental angolana Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Cidália Gomes, informou que cada cooperativa, constituída por 573 membros, dos quais 279 mulheres, recebeu entre 500 mil a quatro milhões de Kwanzas.
Segundo a responsável, dos membros apoiados, na sua maioria, tiveram défices na produção agrícola, tendo aproveitado o projecto para obter recursos financeiros, para desenvolverem diversas iniciativas económicas nas comunidades.
Esclareceu que a Caixa Comunitária é um pequeno banco da aldeia, na qual as cooperativas fazem a gestão, com a cedência de créditos, entre 500 mil e quatro milhões de Kwanzas/cada, onde os juros de reembolso são discutidos entre si, numa assembleia, de acordo com as capacidades de produção.
Cidália Gomes explicou que grande parte dos recursos financeiros entregues foram aplicados em actividades de pequenos negócios, através da aquisição de produtos da cesta básica nas sedes comunais ou municipais, como o arroz, óleo vegetal, sabão, açúcar e outros de difícil acesso, para revenderem nas aldeias.
Lembrou que, em 2022, no âmbito da Caixa Comunitária, a ADRA apoiou 13 cooperativas de famílias agrícolas, num valor de 24 milhões de Kwanzas.
Conforme a directora da ADRA, a organização não-governamental angolana assegurou o reembolso de seis toneladas e meio de sementes de milho, feijão e hortícolas diversas, resultante do cultivo da época anterior, tendo já sido redistribuídas para outras 205 novas famílias necessitadas.
Disse que a instituição entregou, igualmente, 159 caprinos para 144 produtores locais, numa perspectiva de fundo rotativo, bem como a distribuição de 144 aves para a reprodução e, ainda, mil 500 plantas frutíferas diversas, para a diversificação das culturas, com foco na obtenção de fontes de rendimento e na melhoria da dieta alimentar.
Cidália Gomes informou que estes projectos foram desenvolvidos no quadro do plano estratégico 2023/2027 da ADRA, que concretizou mais de 95 por cento das acções traçadas, para este ano, sobretudo, no fortalecimento das capacidades organizativas de 24 cooperativas e 30 associações agrícolas, para o acesso a créditos diversos.
Destas acções, prosseguiu, constam o processo de legalização de duas novas associações e quatro cooperativas, sendo que as demais foram apoiadas em actos jurídicos, organização da contabilidade, declaração de não devedores, obtenção do alvará comercial, Número de Identificação Fiscal (NIF) e a abertura de contas bancárias.
Adiantou que a iniciativa visou assegurar o cumprimento da lei, por um lado e, por outro, para responderem as demandas exigidas pelo programa do Fundo de Apoio de Desenvolvimento Agrário (FADA) em curso no país, para o acesso a créditos, entre sete e oito milhões de Kwanzas.
A ADRA apoia na província do Huambo, de forma directa, dois mil 504 produtores e, indirectamente, 12 mil famílias nos municípios do Bailundo, Caála e Longonjo, em projectos ligados à agricultura, educação (alfabetização e manuais escolares), saúde e cidadania.
Para este ano recebeu um financiamento de 600 mil dólares norte-americanos, asseguradas pela União Europeia, pela organização não-governamentais estrangeiras “Pão para o Mundo – Alemanha” e “Solidariedade Prática da Suécia”, assim como da Embaixada dos Estados Unidos da América.
Criada em 1990, a ADRA é uma organização não-governamental angolana vocacionada a promover o desenvolvimento democrático e sustentável, social, económico e ambiental do país, bem como a reconciliação nacional. ZZN/ALH