Icolo e Bengo - Os agricultores da cooperativa de ex-militares do Icolo e Bengo, província de Luanda, clamam por apoio do Estado em máquinas para facilitar e ampliar a produção agrícola, uma vez que possuem centenas de hectares de terras aráveis, soube esta quinta-feira, a ANGOP.
Os agricultores dizem sentirem-se excluídos pelo facto de verem agricultores de outras províncias a serem apoiados, enquanto eles, apesar de possuírem grandes extensões de terras aráveis, produzem de forma rudimentar.
"Precisamos de máquinas Buldôzer giratória, para desmatar o terreno, para lavoura, semear, para a rega, abertura de valas de drenagem de água e construção de diques, pois, a cooperativa dista a aproximadamente um quilómetro do rio Kwanza", solicitou, Francisco Canzangi, vice-presidente da cooperativa.
O responsável assegura que se o Estado apoiar as várias cooperativas a nível do Icolo e Bengo, em menos de dois anos serão capazes de produzir em grande escala, tornar a província de Luanda auto-suficiente em vários produtos do campo, como o milho e a mandioca, consequentemente a fuba, a batata, hortaliças, cebola, pepino, beringela, entre outros.
Fez saber que quando podem, pagam kz 40 mil, por hectare, para charruar e 35 mil para gradar, valores considerados exorbitantes para a sua actividade.
Informou que dos 600 hectares que possuem, cultivam em apenas 150, por falta de meios que lhes possam facilitar e expandir a produção das várias culturas agrícolas.
"Temos antigos combatentes portadores de deficiência, com muita vontade de trabalhar e que, por falta de condições, são obrigados a desmatar vastos terrenos com catanas", lamentou, apelando ajuda das autoridades.
Na safra de 2023, a cooperativa colheu 150 toneladas de tomate, 90 de beringela, 70 de quiabo e 300 de milho, prevendo para a presente época, uma colheita de maiores quantidades, estando em preparação, 40 hectares para o cultivo, pela primeira vez, do girassol.
O técnico sugere que o município do Icolo e Bengo crie um mercado interno de produtos do campo, visando arrecadar mais receitas e atrair potenciais clientes na circunscrição, onde podem adquirir produtos à grosso.
Para além da agricultura, a cooperativa tem uma população de mais de 500 cabeças de gado e canoas para a pesca artesanal, aos quais igualmente solicita apoios para a manutenção da saúde dos animais e incentivos para a captura de peixe.
A cooperativa existe desde 1979 e com o fim da guerra, em 1992, ouve a necessidade de integrar, a partir de 2020, os ex-militares, contando actualmente com 167 membros, no localidade de Mazozo, arredores de Catete, cultivando em 600 hectares. AJQ