Caxito – Os camponeses filiados na Cooperativa agro-pecuária e industrial da Kissomeira, no município do Dande, província do Bengo, pretendem construir uma vala de irrigação de sete quilómetros, para deixar de depender das chuvas e defender-se da estiagem.
Para atingirmos este objectivo necessitamos do apoio técnico e financeiro do governo da província, referiu o presidente da cooperativa, João Dala Hebo, em declarações à ANGOP.
Com o apoio do governo, a cooperativa quer também desassorear quatro quilómetros de uma vala de irrigação já existente (junto ao rio Zenza), que teve a última intervenção em 2006, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos (PIP) e custou aos cofres do Estado cerca de 135 mil dólares.
“Com a limpeza da vala e a construção de um novo canal os agricultores poderão trabalhar todo o ano e ter água suficiente para desenvolver a horticultura por meio do sistema de irrigação”, pontualizou.
O responsável referiu-se também ao actual estado de degradação da principal via que liga à comunidade (EN100), numa extensão de cerca de 30 quilómetros, como a principal preocupação da comunidade.
Esta via liga às localidades do Muzondo, Ludy I e II, Burgaleira, Valódia, Gika e Quintas Mistas, cuja circulação de pessoas e bens está comprometida.
Com uma área de 10 mil hectares em produção, a cooperativa prevê produzir, este ano agrícola, 50 mil toneladas de produtos diversos, contra 25 mil toneladas de 2023.
Este aumento previsto deve-se a regularidade das chuvas e o incremento das áreas de cultivo, pontualizou.
A cooperativa possui um armazém de protecção de cereais e cada camponês criou o seu pequeno silo onde armazena e conserva o milho que é comercializado aos empresários.
Na Kissomera produz-se o pimento, o quiabo, o milho, a batata-doce, a mandioca e a beringela.
A cooperativa foi fundada em 2006, tem 3.200 filiados, sendo 1.200 homens e 2000 mulheres.
A comunidade tem uma população estimada em nove mil habitantes que se dedica à caça e à agricultura.FS/IF