Caluquembe – A Cooperativa agrícola “4 de Janeiro”, do município de Caluquembe, província da Huíla, reclama do “atraso na dotação da última parte do financiamento”, supostamente fixada em 45 milhões de kwanzas, para aumentar a produção.
Do acordo assinado no quadro do Programa de Apoio ao Crédito (PAC), em 2021, estimado em 50 milhões de kwanzas, a Cooperativa, com mais 30 associados, diz ter recebido apenas cinco milhões e não obtém resposta sobre o montante em falta.
Esse atraso está a criar constrangimentos ao programa de expansão de lavouras, pois estão preparados, há um ano, 485 hectares que não receberam sementes, pois não se conseguiu adquirir maquinaria e transporte, disse o presidente da “4 de Janeiro”, António Zacarias.
Em declarações à ANGOP, no município, afirmou que há dez meses tem contactado o Governo, através do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado, para a conclusão do financiamento, mas sem sucesso.
Segundo o agricultor, esse atraso forçou os associados a produzir em apenas em 38 hectares, sendo 13 de batata rena e doce, oito de milho e cinco de feijão, cuja quantidade da colheita ainda é irrisória para atender os principais mercados.
“Com a perspectiva do financiamento foram criados 98 empregos directos, que têm se empenhado na produção de alimentos para a satisfação das necessidades económicas da população”, disse.
Referiu que, nos últimos anos, antes de aceder ao financiamento do alívio económico, a cooperativa trabalhava somente na multiplicação da rama, para a produção da batata-doce, como forma de responder à estiagem.
Sobre o assunto, o director do Gabinete Provincial para o Desenvolvimento Económico Integrado, Manuel Machado, justificou que a reclamação não colhe, pois o financiamento vai de cinco milhões a 50, dependendo do número de associados e de hectares plantados.
Acrescentou que neste momento o Gabinete está a receber a documentação referente ao reforço do novo PAC e a cooperativa deve submeter o processo para beneficiar desse auxílio, em forma de complemento ao crédito inicial.
A cooperativa “4 de Janeiro” foi criada em 2010 e é integrada por antigos combatentes, mas dada a fraca capacidade técnica a produção nunca foi alta, fixando-se na ordem das oito a 12 toneladas/ano, mas o impulso do PAC elevou as expectativas para uma produção de dez vezes maior.