Cuito – Camponeses e pequenos agricultores sedeados na província do Bié defenderam hoje a necessidade de se reduzir os preços dos fertilizantes e outros meios agrícolas, de forma a se aumentar cada vez mais os níveis de colheitas.
Actualmente, um saco de fertilizante de 50 quilogramas custa 17 mil kwanzas.
Em declarações à ANGOP, Teresa Chitula, um dos membros da cooperativa da aldeia Nguli, município do Cuito, que se dedica à produção de milho, feijão, batata-rena e doce, salientou que o elevado custo de preço de fertilizantes condiciona o crescimento dos camponeses.
“A nossa cooperativa tem a intenção de aumentar os níveis de produção de 10 para 20 hectares, mas com o actual preço não está a ser possível”, lamentou.
Já o pequeno agricultor Carlos Aurélio, da comuna do Chiuca, município de Catabola, diz que tem se empenhado muito nos últimos anos na actividade agrícola, mas não consegue ter rendimento desejado, por considerar caro o preço do saco de fertilizante.
Enquanto isso, Inácio Caeque, presidente da cooperativa “Ulinga Upangue”, situado na aldeia de Chimboto, arredores da cidade do Cuito, que se dedica ao cultivo de hortaliças diversas, solicitou ao Executivo a criar mecanismo de baixar o preço dos produtos que enriquecem os solos.
Inácio Caeque recordou que, há cinco anos, quando o saco de 50 quilogramas custava cinco mil kwanzas, a sua cooperativa conseguia adquirir quantidade suficiente para a produção, mas agora o cenário é completamente diferente.
Por seu turno, o director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas, Felizardo Brito Capepula, reconheceu que, com preços mais baixos, haverá maior incentivo aos camponeses em aumentar as áreas de cultivo e assegurar a segurança alimentar das famílias.
Nas actividades comemorativas do 33º aniversário da Confederação Nacional dos Camponeses Angolanos (UNACA), assinalado na segunda-feira, Felizardo Brito Capepula informou que mais de cem toneladas de fertilizantes serão distribuídas nos próximos dias aos camponeses da província do Bié, nesta segunda época da campanha, visando dar continuidade no aumento da produção agrícola e redução da fome e pobreza.
Nesta segunda época, que já teve início este mês de Fevereiro, os camponeses prevêem cultivar 308 toneladas, em 295 hectares.
Além do milho, feijão, mandioca, soja, os “homens do campo” deverão empenhar-se no cultivo de arroz, massambala, massando, trigo, ginguba, batata-doce, entre outras.
Por sua vez, a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico do Bié, Alcida de Jesus Camatele Sandumbo, sublinhou que as autoridades governamentais desta região vão persistir na assistência com diversos meios aos agricultores, de maneira a facilitar que haja um aumento substancial de cereais, leguminosas, tubérculos, entre outros.