Huambo – A produção do massango e da massambala em Angola foi relançada, esta quinta-feira, na cidade do Huambo, pelo Ministério da Agricultura e Florestas, com o objectivo de elevar os níveis de produtividade destes cereais no país.
O acto de relançamento da produção do massango e da massambala foi orientado pelo ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, na presença da governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, da representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Angola, Gherda Barreto, e pela embaixadora da Índia, Pratibha Parker.
Esta medida do Governo angolano enquadra-se nas celebrações do Ano Internacional do Massango e Massambala, declarado durante a 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, decorrida em Março de 2022.
Ao presidir ao acto, António Francisco de Assis assegurou estarem criadas as condições necessárias, para o país se relançar com força na produção destas importantes culturas, tendo em conta as potencialidades que possuem para o consumo humano e animal, assim como as suas vantagens, do ponto de vista económico, por se tratar de produtos mais fáceis de cultivo, menos exigentes e resilientes às diversas circunstâncias.
Referiu que a par do Sul de Angola, outras partes do país dispõem de terras aráveis e climas favoráveis para o cultivo do massango e da massambala.
O ministro da Agricultura e Florestas afirmou que a província do Huambo possui potencial natural que não exige a modificação das culturas habituais, apenas associá-las dentro das áreas de cultivo de outros cereais.
Acrescentou que a província do Huambo é, também, uma potência académica em termos de agricultura, o que pode permitir o alcance dos objectivos desejados.
De acordo com o governante, a aposta no cultivo do massango e da massambala visa responder aos desafios da diversificação da produção nacional, criar complementos de rendas para as famílias e fazer crescer o país.
Informou que a Índia, enquanto maior produtor mundial destes cereais, está disponível, através da sua embaixada, em ajudar e apoiar Angola a elevar os níveis de produção destes cereais, no quadro da cooperação e da solidariedade entre os dois países.
Por sua vez, a embaixadora da Índia em Angola, Pratibha Parker, reafirmou a disponibilidade do Governo indiano em transmitir ao Estado angolano, a sua vasta experiência de mais de 50 anos da produção destes cereais.
FAO destaca vantagens do massango e da massambala
Ao intervir no acto, a representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) em Angola, Gherda Barreto, afirmou que a produção do massango e da massambala representam uma solução ideal para os países aumentarem a auto-suficiência alimentar e reduzirem a dependência de cereais importados.
Por conta disso, disse que 2023, declarado como Ano Internacional do Massango e Massambala, constitui uma grande oportunidade para contribuir na sensibilização e na prestação de uma maior atenção nas estratégias de incentivo à cultura destes produtos, fáceis as suas adaptações às condições climatéricas adversas, de modo a se aproveitar melhor os benefícios nutricionais e sanitários.
Acrescentou que estas culturas fazem parte do grupo das primeiras plantas que foram domesticadas e, ainda, hoje servem para a cultura tradicional de base para milhões de pessoas, principalmente, nos continentes africanos e asiáticos, representando 3 por cento do comércio global de cereais.
Por estas e outras valências, disse, a FAO vai, ao longo de 2023, promover a produção sustentável do massango e da massambala, destacando ao mesmo tempo o seu potencial para proporcionar novas oportunidades de mercado para os produtores e consumidores angolanos, como alimentos acessíveis que podem contribuir para as dietas alimentares e ambientes saudáveis.
Considerados como um dos principais produtos da dieta alimentar dos angolanos, sobretudo, na região Sul do país, o massango e a massambala têm inúmeras vantagens no processo do seu cultivo, como a sua resistência em condições adversas, com realce para a seca, o calor e, também, serem de pouco uso de insumos.
Possuem várias potencialidades, como o elevado teor de proteínas, ferro, cálcio, magnésio, manganês, componentes da vitamina B. Para além da alimentação humana e animal, podem, também, ser usados no fabrico de pão e bebidas alcoólicas.
O ministro da Agricultura e Floresta, que cumpre uma visita de trabalho de cinco dias ao Huambo, vai constatar o funcionamento das infra-estruturas do sector, para além das cooperativas e associações de camponeses.