Luanda – O Governo angolano prevê alcançar a auto-suficiência na produção de milho até 2030, com a colheita de cerca de 10 milhões de toneladas/ano deste cereal, visando a segurança alimentar das populações.
Actualmente, a produção de milho em Angola ronda as quatro milhões e 500 mil toneladas/ano, uma quantidade ainda insuficiente para satisfazer as necessidades do mercado interno.
Estes dados foram indicados pelo secretário de Estado para Florestas, João da Cunha, durante o encontro que manteve, recentemente, com o enviado especial para África do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o Governo também pretende aumentar a superfície cultivada, saindo dos actuais cinco milhões de hectares para sete milhões de hectares, nos próximos anos.
O dirigente sublinhou que os projectos apoiados pelo BAD em Angola estão voltados para as famílias camponesas (agricultura familiar), que representam cerca de 83% do sector produtivo.
João da Cunha recordou que o Governo tem criado instrumentos para o fomento das culturas do arroz, milho, soja, trigo, produção do café arábica e robusta, assim como cacau e exploração florestal, com a projecção da sustentabilidade ambiental, arrecadação de receitas e o desafio de plantar mais de um bilião de árvores.
Por seu turno, o enviado especial para África do BAD, Timothy Williams, disse que Angola está alinhada com os objectivos traçados na Cimeira de Dakar que teve como lema “Alimentar África: Soberania e resiliência alimentar”, que decorreu em Janeiro de 2023, no Senegal.
Assegurou, igualmente, que tomou boa nota das preocupações apresentadas durante o encontro e merecerão o devido tratamento da equipa do BAD.
A visita do alto funcionário desse banco teve como objectivos, constatar a implementação dos projectos em curso no sector da agricultura, analisar os desafios do Governo angolano neste sector e identificar os eixos de intervenção e ajuda do BAD no processo de desenvolvimento agrícola angolana.
Durante o encontro foram abordados assuntos relacionados com a problemática dos fertilizantes, sementes, digitalização e mecanização agrícola, bem como a possibilidade da construção de infra-estruturas de agroprocessamento ao longo do Corredor do Lobito, o empoderamento da juventude na agricultura e o envolvimento do sector privado nestes projectos.
As partes abordaram ainda a possibilidade da criação de uma unidade de avaliação de projectos. QCB