Bailundo – O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, afirmou, esta segunda-feira, no Huambo, que Angola precisa de produzir mais 600 mil toneladas de trigo/ano, para reduzir as importações deste cereal.
O governante falava no início da campanha de colheita de trigo, decorrida na fazenda Luvili, comuna da Luvemba, município do Bailundo, na presença da governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, e de altos funcionários do MINAGRIF.
Manifestou-se satisfeito com os indicadores da safra que se pretende atingir, dois anos depois do relançamento desta cultura no país.
O ministro disse que em caso de se atingir uma safra de pelo menos 70 mil a 80 mil toneladas, será bastante satisfatório, devido aos poucos insumos disponíveis e distribuídos aos agricultores e famílias camponesas, principalmente das províncias de Benguela, Bié, Huambo, Huíla e Malanje.
Considerou os resultados ainda muito pequenos, comparados com o caminho que se temde percorrer, pois no relançamento, muitos estavam “cépticos”, mas o MINAGRIF aceitou o desafio.
Por isso, augurou mais abrangência na produção do trigo durante a época agrícola de 2024/2025, tendo em conta as potencialidades que o país dispõe neste domínio.
Destacou que, apesar das dificuldades com as sementes de trigo, as famílias camponesas, algumas com um pouco mais de um hectare, fizeram o possível e os resultados são positivos e animadores para continuar nesse caminho, numa altura em que o processo conta com o envolvimento do Ministério da Agricultura e Florestas e dos sectores empresarial e familiar.
Mais fertilizantes para a próxima época
António Francisco de Assis adiantou que o ministério adquiriu perto de sete mil toneladas de fertilizantes para permitir que os camponeses e agricultores das províncias do Bié e do Huambo dêem início ao cultivo no princípio do mês de Setembro.
Disse que os governos das duas províncias estão a encetar contactos com a direcção do Caminho de Ferro de Benguela (CFB) para a transportação da mercadoria, de modo a que os camponeses e agricultores tenham acesso aos fertilizantes a preços subvencionados pelo Estado.
Por seu turno, o gestor da fazenda agro-pecuária do Luvili, José Eduardo, disse que a produção, numa área de 20 hectares, contou, através de uma parceria experiência, com o envolvimento de 125 famílias camponesas.
Acrescentou que a direcção da fazenda, assegurada por 95 trabalhadores, prevê incentivar as famílias camponesas a apostar mais no cultivo do trigo, soja e feijão, por serem culturas de alto rendimento.
Na província do Huambo, foram cultivados mais de 600 hectares de terras para a produção de trigo, com uma previsão de colheita de perto de 600 toneladas, para o sector familiar, bem como um envolvimento de 437 produtores empresariais.
Durante a sua estada no município do Bailundo, nos corredores norte da província do Huambo, o ministro da Agricultura e Florestas orientou o acto de abertura do primeiro curso itinerante de representação e manutenção de equipamentos agrícolas, dirigido a 60 técnicos agrários dos 11 municípios desta região do Planalto Central.
Num outro momento, distribuiu moto-cultivadoras e outros instrumentos agrícolas a cooperativa do Reino Mbalundo, para aumentar a produção e a produtividade, com foco na plantação de fruteiras e no cultivo do milho, feijão e hortícolas.
A agenda de visitas do governante ao Huambo, iniciada no domingo com uma visita de constatação às obras do futuro Centro de as obras do futuro Centro de Bioveterinaria e Produção de Vacina Animal, prevê, para terça-feira, uma deslocação ao município da Caála. JSV/ALH