Huambo – Perto de 180 mil toneladas de fertilizantes fosfato poderão ser produzidas e comercializadas, anualmente, em Angola, a partir de 2024, pela empresa Soul Rock Limitada, em parceria com a Minbos Resources, soube a ANGOP.
O fertilizante fosfato será o primeiro a ser fabricado em Angola, concretamente, na província de Cabinda, a partir da exploração de rochas fosfáticas, pelas empresas Sou Rock Limitada (angolana) e Mimbos Resources (australiana).
A informação foi confirmada hoje, quarta-feira, pelo presidente do Conselho de Administração da Soul Rock, Lindsay Reed, durante o Workshop internacional de apresentação do produto, realizado na cidade do Huambo, capital da província com o mesmo nome.
Na ocasião, adiantou que decorre, desde Agosto último, na província de Cabinda, a construção da unidade fabril, com a previsão de ser concluída em Março de 2024, por altura em que se dará o início do processo de produção e, consequentemente, a comercialização.
Sobre o fertilizante, explicou que o mesmo será produzido para ser aplicado nos solos ácidos, com vista a responder aos desafios da correcção das terras aráveis do país e elevar os seus níveis de produção com um potencial em até dez vezes.
De acordo com o gestor, o produto é adequado às terras húmidas e resistentes às intensas chuvas, para além de possuir uma solubilidade gradativa, o que poderá favorecer as plantas na relação com os solos.
Lindsay Reed explicou que o fertilizante, com um teor elevado de fosfato, solubilidade e reactividade, possui uma longa duração em termos de feitos, de fácil mineração e é recomendável, sobretudo, aos pequenos agricultores, por ser de custo barato e com uma eficiência boa, quanto aos importados.
Para garantir a sua eficiência, disse que o mesmo produto foi experimentado em cinco províncias do país, designadamente Benguela, Bié, Cuanza Sul, Huambo e Huíla, sendo que os resultados obtidos são bastantes satisfatórios.
Por sua vez, o vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Huambo, Angelino Elavoco, valorizou a iniciativa que consiste na produção do primeiro fertilizante no país.
Tal iniciativa, segundo o responsável, contribuirá na concretização dos esforços do Governo angolano para o alcance da auto-suficiência e da segurança alimentar no país e da redução da pobreza, sobretudo, no meio rural.
Acrescentou que a aposta na produção local de fertilizantes reduz a dependência do comércio internacional e potencializa, tanto a indústria, como a agricultura local.
Os participaram no certamente, que visou, igualmente, abordar a importância da produção local de fertilizante e a sua contribuição para a segurança alimentar em Angola, representantes do Ministério da Agricultura e Florestas, do Governo da província do Huambo, administrações municipais, cooperativas e associações agrícolas, académicos e membros da sociedade civil.
Os mesmos analisaram temáticas ligadas à “Segurança alimentar e o uso de fertilizantes da África, com foco em pequenos agricultores”, “A produção agrícola nacional actual e perspectivas”, “Aspectos de manejo de solo”, culturas e nutrientes para optimizar a produtividade agrícola em Angola”, “O uso eficiente de fertilizantes fosfatados com ênfase no uso de aplicação directa de fosfatos de rochas” e “Resultados agronómicos com o fosfato de rocha de Cabinda em Angola e financiamento para os pequenos produtivos”. VKY/ALH