Ndalatando – O aumento do preço do café comercial, cujo quilograma passou de 500 para mil kwanzas, está a motivar a produção e a recuperação de cafezais na província do Cuanza-Norte.
Muitos camponeses, associações e cooperativas também estão a apostar na produção desta commodity, como resultado do aumento do preço do café mabuba, cujo quilograma era comercializado entre100 a 200 kwanzas, passando para 700 a mil actuais, variando de localidade.
Em declarações hoje à ANGOP, a responsável do departamento províncial do Instituto do Café (INCA), Cesaltina Domingos, disse que, apesar de o preço não ser ainda o desejável para os cafeicultores, está a suscitar o aumento da produção e a recuperação de muitas fazendas.
A instituição estima que mais de mil camponeses estejam a apostar na produção de café, ao contrário dos 634 registados na base de dados da instituição inicialmente.
Informou, por exemplo, que na semana passada recebeu uma lista de 500 cafeicultores só do município do Quiculungo.
Justificou que o aumento do preço se deve à procura, pois agora há, cada vez mais ,cidadãos angolanos e estrangeiros com interesse neste produto para consumo e comercialização.
Para responder a esta “nova era” na produção de café, informou, o instituto está a trabalhar num projecto de multiplicação vegetativa e regenerativa de café.
O projecto está em curso no Centro de Investigação Científica do Quilombo e no município do Golungo Alto, onde a instituição e parceiros têm preparado uma estufa para a multiplicação de mais de 50 mil plantas.
No Quilombo, continuou, estão em montagem mais 40 enraizadores para a produção vegetativa de mudas.
Disse que o projecto vai abranger também os municípios do Quiculungo e Bolongongo e visa a distribuição de mudas para incentivar a produção.
Alguns cafeicultores no município do Golungo Alto confirmaram que agora a tendência é a recuperação das fazendas de café, por causa do aumento do preço.
De acordo com David Zua, da Brigada Técnica do INCA, actualmente estão registadas no município do Golungo Alto 301 fazendas de café, das quais 221 em produção.
Informou que muitos produtores, sobretudo de nacionalidade chinesa, procuram a instituição, coisa que antes não acontecia.
Disse que o INCA tem boas perspectiva para o relançamento da produção de café na província, além da abertura da banca para o financiamento. IMA/YD