Ondjiva – Engenheiros agrónomos da província do Cunene defenderam, quinta-feira, a necessidade da execução de planos que visam a terraplanagem das vias de acesso às zonas de produção agrícola, para facilitar o escoamento da produção nacional.
Em declarações à ANGOP a propósito da aposta do Executivo na produção nacional, afirmaram que o governo angolano deve investir mais na melhoria das vias terciárias que ligam os perímetros agrícolas.
O agrónomo Nelson Salgueiro considera prioritário a terraplanagem das vias, para facilitar o escoamento dos bens alimentares do campo para os centros comerciais.
Apontou como exemplo a estrada que liga o perímetro agrícola da localidade de Calueque a sede do município (Xangongo), onde os produtores preferem comercializar os produtos na vizinha República Namíbia, em função do mau estado da via.
“Olhando para a importância da cintura verde de Calueque, que conta com a barragem hídrica que abastece os agricultores da região e da Namíbia, urge a necessidade de investir nas vias de comunicação”, asseverou.
Osvaldo de Jesus, também agrónomo, afirmou que a terraplanagem das zonas produtoras de Calueque e Cangada impulsiona a agricultura em grande escala, dando resposta à diversificação da economia e produção nacional.
O especialista admitiu que na altura das colheitas debatem-se com dificuldades de circulação devido aos buracos e lama, sobretudo em época chuvosa, o que de certa forma encarece os preços.
Já Holanda Delfina sugeriu a necessidade de se tirar maior proveito das terras aráveis ao longo dos rios, priorizando ao mesmo tempo investimentos nas estradas para os agricultores terem facilidade de vender os produtos.
Para o agrónomo João Gica, o país tem tudo para se tornar um dos maiores produtores de alimentos e deixar de importar bens de primeira necessidade, desde que estas condições estejam alinhadas.
Por seu turno, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria no Cunene, Jorge António, disse que as vias de acesso têm sido um condicionante no escoamento da produção, transportação dos imputes e dos insumos agrícolas.
Lembrou que o Executivo criou o programa Planagrão, que prevê acções, incluindo as vias de acesso nas zonas agrícolas, mas seria importante rever o ordenamento das fazendas.
Explicou que este ordenamento daria acesso às zonas produtivas, no caso concreto no canal do Cafu, e outros em construção que são as barragens do Calucuve, Ndue e Cova do Leão.
Esclareceu que as estradas não precisam ser asfaltadas, a exemplo dos perímetros agrícolas da Namíbia e África do Sul.
Jorge António sublinhou que basta olhar pelo perímetro agrícola do Calueque para se verem as dificuldades para levar os insumos e trazer produtos. PEM/LHE/VM